Blerghhh!!!
Direção: Petter Baiestorf
Brasil, 1996.
O filho de um empresário e sua guarda-costas são sequestrados por um grupo de terroristas. Com o dinheiro do resgate eles esperam comprar mais armas e financiar assim a revolução. Um dos terroristas, um médico torturador, resolve usar a guarda-costas para realizar as suas taras sexuais e rodar um snuff-movie. Os problemas para o grupo começam quando o empresário se nega a pagar pela vida do filho, alegando que ele é um maldito viciado em drogas e não vale nada. Eliminar o refém pode não ser uma solução tão simples, ainda mais quando ele se nega a morrer.
Alucinada mistura de filme de ação e horror escatológico com direito a tudo o que o cineasta amador Petter Baiestorf está acostumado a nos oferecer, portanto tirem as crianças da sala. Sangue, intestinos, palavrões, drogas, mulher pelada, zumbis e o humor ácido, marca registrada do diretor.
Destaque para a galeria de figuras extravagantes que formam o tal bando de subversivos: um médico torturador, um velhinho que foi molestado durante a ditadura, um pervertido ex-pastor evangélico e uma terrorista corcunda, entre outros.
E a metralhadora Baiestorf dispara pra todo lado, não escapam de críticas (implícitas e explícitas): a ditadura militar, os movimentos subversivos, a Polícia Federal, as igrejas evangélicas, os viciados, os traficantes...
Vale ainda descrever uma das boas sequências do filme no quesito escatologia, ou gore se preferirem: um dos terroristas, o velhinho traumatizado pelas torturas da ditadura, engole um papelote de cocaína para não repartir a droga com os outros integrantes do grupo. Sem pensar muito, os junkies subversivos rasgam sua barriga em busca da coca. Com os órgãos expostos e o sangue jorrando, o velhinho ainda retruca: “Seus viciados de merda, querem me abrir para pegar a coca, daqui a meia hora me dá uma diarréia e vocês podem pegar o pacote!”
Outra boa sacada do roteiro é a explicação do motivo pelo qual o refém volta como um zumbi após ser eliminado pelos terroristas. Tudo muito simples, ele queria apenas continuar “cheirando um pó”.
Enfim, após o estranhamento inicial, despido os pudores e a hipocrisia, Blerghhh é pura diversão e um dos grandes acertos do videomaker mais trash do cinema underground brasileiro, Petter Baiestorf .