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Anti-musas


Keira Knightley

Por Melody Westenra

Deusa da arte de fazer biquinhos siliconadamente exagerados para as câmeras, nossa anti-musa de hoje estará isenta de morais “desmassificantes”. Ao contrário da primeira edição dessa coluna, hoje a autora se concentrará em um e somente um aspecto da acusada do mês: falta de beleza – às vezes acrescido pela característica essencial, falta de talento.

Tive o desprazer de conhecer a falta de talento de Keira em um desses filmes da Disney feitos para a TV, no qual ela representava a filha de Robin Hood. Fisicamente ela não mudou muito desde então – talvez tenha emagrecido mais alguns inexistentes quilos, mas quem somos nós para julgar? – e me surpreende que aquela coisinha magrela tenha alcançado a fama hollywoodiana que alcançou (é claro, não sabemos por quantos ‘testes do sofá’ ela passou para chegar onde está).

Como se não bastassem os já supra-citados bicos pseudo-sensuais que articula em TODAS suas fotos, srta. Knightley possui outro grandíssimo defeito: pensa que é gostosa.

Homens doentes que me perdoem, mas falta de peito, falta de bunda e barriga esqueleticamente nojenta não compõem o que, na minha humilde e sincera opinião, deve ser considerado sexy. Muito menos quando a tal barriga amedrontadora é exibida mundialmente de forma absolutamente vulgar – sem nada do truque de esconder e insinuar que nós mulheres desenvolvemos durante séculos; truque esse que, comprovadamente, deixa os homens malucos.

Ainda que eu consiga perdoar a (falta de) forma física, ainda que eu consiga desviar os olhos do bico de chimpanzé, em alguns momentos Keira não nos deixa outra opção além de, hm, gritar de susto. Anorexia explícita + boquinha ‘vem-me-beijar’ + trajes horríveis + olheiras acentuadas por maquiagem de péssimo gosto + nariz desproporcional. Em apenas uma foto, em apenas um segundo de existência na vida de uma atriz mundialmente conhecida, o fotógrafo ‘espertíssimo’ conseguiu salientar todos os defeitos da pobre moça. Eu também teria desenvolvido um transtorno alimentar em seu lugar. Apesar de tudo, você desperta minha compaixão, Keira.

Aliás, até que o azar nessa foto não foi tão grande. Quem não a conhece pode pensar: “Ah, ela pode não ser a coisa mais bonita que eu já vi, mas aparência não é tudo. Meryl Streep é feia, mas é uma grande atriz”. E eu concordaria com todas as palavras – se não tivesse visto Keira atuando. Portanto, desculpem-me, otimistas de plantão, a mulher em questão não possui nada minimamente aproveitável.

Nem para disk-sex ela serviria. Ou alguém agüenta ouvir a voz dela por mais de 30 segundos sem interrupções? Provavelmente os mesmos imbecis que acham que bulimia é sinônimo de sensualidade.

Ou seja, a moça é um prato de anormalidades, o que talvez justifique o fato de ela ter se tornado famosa apesar da falta de tato artístico e ser considerada um sex symbol apesar da falta de qualquer pequeno item da chamada beleza. Ser anormal é tendência hoje em dia. Normalidade é coisa do passado, o cool agora é induzir o próprio vômito após cada refeição, encher a cara de silicone e ganhar o Oscar por ser capaz de ser exatamente a mesma personagem em todos os filmes dos quais se participa.

Ui, quer saber? Ser cool é muito fácil, vou ali tentar e já volto.




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