Revista Zingu!

Famoso pela obra-prima “A Batalha de Argel”, o diretor italiano Gillo Pontecorvo morreu no último dia 12 de outubro, quinta-feira aos 86 anos. Não se obteve um laudo oficial que se soubesse a causa real da morte.

Nascido em 1919 na cidade toscana de Pisa, Pontecorvo se formou em química antes de se dedicar ao jornalismo e ao cinema. Foi filiado ao Partido Comunista Italiano e foi correspondente de diversas publicações italianas em Paris, França. Dirigiu seu primeiro filme em 1957, embora somente anos depois tenha feito a fita que o consagraria internacionalmente: “A Batalha de Argel”. Proibido na França, o filme recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1966 e o trouxe fama internacional. Outro filme polêmico foi “Queimada”, feito cinco anos depois com presença do ator americano Marlon Brando e que chegou a ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

BLOGS INTERESSANTES:
- O jornalista Josué Ribeiro lançou um blog dedicado somente a música brega. Maria Alcina, Paulo Sérgio, Genival Santos, Cláudia Barroso são somente alguns dos cantores e cantoras abordados com brilhantismo e grande habilidade por Josué. Seu blog se chama Música Popular do Brasil e o endereço é http://musicapopulardobrasil.blogspot.com.
- Já o cinéfilo Diego, fã de carteirinha do crítico Inácio Araújo teve uma idéia bem legal: fez um blog só com recortes de escritos do ídolo. O blog se chama Canto do Inácio (http://cantodoinacio.blogspot.com).
- Para quem curte cinema mais voltado ao spaghetti western, cinema extremo, de gênero e policial, uma boa opção é o Viver e Morrer No Cinema (http://buchinsky.zip.net).

A 30ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO
Chegando a sua trigésima edição, a Mostra Internacional de São Paulo comandada por Leon Cakoff e sua trupe realizam mais um importante evento de alto nível para o cinema brasileiro. Em motivo desse grande momento do cinema paulista, Zingu! deixa uma pequena lista de pequenas sugestões a mostra:
- Em vez de resumir as retrospectivas somente a diretores estrangeiros por que não tentar fazer de brasileiros também? Ody Fraga, Walter Hugo Khouri e Jean Garret são dois grandes exemplos de diretores que merecem uma retrospectiva, por exemplo.
- Abaixar o preço. Cada ano fica mais caro! Isso acaba afastando cinéfilos que não tem tanta grana.
- Aumentar o tempo da Mostra. Um evento dessa grandeza ficar restrito a duas semanas é muito pouco. Um mês seria um tempo maior e de mais reflexão a arte cinematográfica. São Paulo, maior cidade do país e que tanto fez pelo nosso cinema, merece uma Mostra maior e mais evoluída.

Obs.: O pôster foi assinado por Manoel de Oliveira.

EDCARNES
O cantor Ed Carlos, um dos grandes nomes do movimento da Jovem Guarda, comanda o restaurante Ed Carnes, no bairro do Cambuci, em São Paulo. O lugar é repleto de posters, discos e fotos da carreira do cantor. Ed é super receptivo e gente boa, e os pratos são muito bons. A redação da Zingu! destaca a Costela do Edão, que fica 12 horas no forno e lenha e servida sem osso e gordura. São servidos diversos 25 tipos de pratos quentes, 35 de saladas e também a famosa Picanha Fatiada no Bafo e Medalhões de Filé-Mignon. Deliciosos pratos, ambiente familiar com apresentação musical aos domingos com música romântica e da Jovem Guarda. Não perca tempo ! Vá logo no restaurante que fica na Rua Theodureto Souto, 292, Cambuci, São Paulo-SP. O telefone é (11) 3209-0212 e o site oficial é www.edcarnes.com.br.

LIVRO RESGATA SAGA DO MAIOR ILUSTRADOR DE CARTAZES DO CINEMA BRASILEIRO
Entre 1968 e 1985, cerca de 300 filmes brasileiros tiveram os cartazes feitos por um ilustre desconhecido. Ele se chama José Luiz Benício da Fonseca, mais conhecido como Benício e fez os cartazes de diversos filmes nacionais. Pornochanchadas, filmes dos Trapalhões e mesmo o filme recordista de bilheteria no Brasil, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” com Sônia Braga no auge.

Antigamente as produtoras, os cineastas e o público em geral davam atenção ao cartaz ilustrativo, com desenhos extremamente criativos e ousados. Musas de cinema como Vera Fischer ou Helena Ramos, tinham seu tipo extremamente valorizado nesse tipo de desenho e ganhavam a atenção de todo público em geral. Hoje em dia, parece que isso não está mais na moda, embora Benício tenha sido chamado para desenhar cartazes de filmes como “Pelé Eterno” de Aníbal Massaini Neto.

Para relembrar os bons tempos em que os cartazes de cinema eram feitos de forma mais romântica pode-se obter a recém-lançada biografia do ilustrador Benício em: “Benício- Um Perfil do Mestre dos Pin-Ups e dos Cartazes de Cinema” do jornalista Gonçalo Júnior pela editora Cluq. Gaúcho de nascimento, Benício está com 70 anos e além de ter trabalhado como ilustrador para o cinema, trabalhou em inúmeras agências de publicidade, fazendo cartazes publicitários para marcas como Coca-Cola, Banco do Brasil, Postos Esso, Rock In Rio, entre outros. O artista também colaborou para a editora Monterrey onde fazia quadrinhos eróticos de personagens como a espiã Brigitte Montfort, que vendiam milhões nos anos 70. Outra passagens interessante de sua carreira foi por outros órgãos de imprensa como a editora RGE e colaborando para diversas revistas femininas (como “Cinelândia”, “Radiolândia”, “Contos de Amor”, “Cinderela”, entre outras) como copista. Esse verdadeiro gigante da arte brasileira, finalmente tem sua história resgatada por esse brilhante trabalho.

Livro: Benício- Um Perfil do Mestre dos Pin-Ups e dos Cartazes de Cinema
Autor: Gonçalo Júnior
Editora: Cluq- Clube dos Quadrinhos
Preço Médio: 48 reais

RUY CASTRO EM COLETÂNEA DE CINEMA
Que o jornalista Ruy Castro é um dos grandes nomes do jornalismo e das letras brasileiras todos nós sabemos. Seu trabalho já foi reconhecido por escrever livros como “Chega de Saudade” sobre o movimento musical da Bossa Nova ou mesmo suas biografias de personalidades marcantes como o jogador Garrincha (“Estrela Solitária”), o escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues (“O Anjo Pornográfico”) ou mesmo sobre a cantora e atriz Carmen Miranda (“Carmen- Uma Biografia”).

Porém, quando o assunto é cinema, Ruy também não é indiferente, tendo organizado duas coletâneas de dois grandes críticos que sempre admirou: Antônio Moniz Viana (“Um Filme Por Dia- Crítica de Choque 1946-73) e José Lino Gruenwald (“Um Filme É Um Filme- O Cinema de Vanguarda dos Anos 60”), todos publicados pela Companhia das Letras. Bom de fazer perfis no livro que agora chega as livrarias (“Um Filme É Para Sempre”), Ruy pode provar seu estilo destilando grandes personalidades do cinema clássico americano. Desde atores como Boris Karloff e Bob Fosse passando por grandes comediantes como Groucho Marx, Jerry Lewis, Gene Kelly e mesmo astros onipresentes como Marcello Mastroiani e John Wayne.

Não foram esquecidos cineastas como Mark Sandrich, Stanley Donen e mesmo Busby Barkeley. Musas eternas como Romy Schneider, Lana Turner e Esther Williams também não poderiam ficar de fora. Feito em catorze capítulos, como seriados, musicais, filmes de assuntos sérios este “Um Filme É Para Sempre”, mostrará que o talento de Castro para traçar perfis não se encerra em seus livros já publicados anteriormente.

Livro: Um Filme É Para Sempre- 60 Artigos Sobre Cinema
Autor: Ruy Castro
Editora: Companhia das Letras
Preço Médio: 50 reais