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Zingu!NEWS
Por Matheus Trunk e Gabriel Carneiro

FRASE PHODA
“Eu prefiro muito mais velejar num final de semana que dirigir um filme”
Conrado Sanchez (MT)

MOMENTO PHODA
Matilde Mastrangi: Broxa !
Carlos Capeleti: Não sou !
Matilde Mastrangi: É sim ! Broxa, broxa, broxa !
Carlos Capeleti: Mas assim você ofende...
Matilde Mastrangi: Broxinha..
Momento do filme “SOS Sex Shop” de Alberto Salvá (MT)

DISCOS PERDIDOS E ESQUECIDOS...

Prelúdio de Um Homem Só- OSVALDO FAHEL- Chantecler

No bolero tupiniquim, há os nomes mais conhecidos (Altemar Dutra, Orlando Dias, Waldik Soriano, entre outros). Um dos mais geniais e esquecidos é o baiano Osvaldo Fahel. Esse poeta popular, se consagrou nacionalmente com o sucesso “Morena do Rio Vermelho”. Um pouco afastado, devido nunca ter saído de sua Bahia, Fahel gravou este “Prelúdio de Um Homem Só” nos anos 60. A capa é a foto de um homem, na meia- idade (30, 40 anos) de terno escuros e todo formal de cabelos engomados de gel. Ao seu lado, o copo de bebida e o telefone. E ele ainda segura um cigarro. A capa waldikiana, dá um tom especial ao long-play.

LADO A: Em “Maravilhosa Aventura”, o som brega/faheniano adquire um órgão, um instrumento ideal para temas rancorosos. “Sonhando” é outra bela composição, sendo a terceira faixa do primeiro lado. Os toques de violão são mais que especiais, e tão um tom nostálgico a canção.

A música seguinte, “Como Foi ?” é feita no estilo de Nelson Gonçalves/Adelino Moreira, mas cantada por um especialista no estilo como Fahel cai como uma luva. Mas a melhor do lado fica mesmo com “Guarânia da Despedida” (composta pelo próprio Fahel e por João Torres). A melhor do álbum com os dizeres: “Seguirei no meu pensamento/leva contigo a certeza que não te esqueço um só momento”. O som do violino triste como o autor que declama seus versos a mulher amada, torna a faixa inesquecível. E o lado ainda se encerra com a curta e direta “Paz do Meu Amor” (composta por Luiz Vieira) de maneira crepuscular. Espetacular, espetacular...

LADO B: Viramos o lado e nos deparamos com a inusitada baladinha soul gospel “Deus Te Bendiga”, uma versão do craque Fred Jorge (que depois faria carreira na Jovem Guarda). “Céu de Estrelas”, a faixa dois é um bôlero rasgado composto por um cara chamado simplesmente “Mappin”. A terceira canção deste último lado (“Rosas de Fogo”) tem como um dos autores o famoso humorista Zé Trindade.

Aí chega “Não És Ninguém. Se nas outras ele tenta imitar Nelson Gonçalves, nesta até a voz está igual: “Tu és farrapo da vida/Tens alma perdida/E o amor próprio também/Tu és mulher desprezada/Não amas, nem és amada”. Uau ! As letras são bem a maneira de Adelino como em “Meu Vício É Você”, por exemplo. Mas não deve nada. E mereceu até parágrafo, que música linda bicho !

A seguinte (“Paixão e Pecado”) é bem gonçalviana “Onde há paixão, há pecado/É banal”. Mas a voz de Fahel é pontual e funciona muito bem. Porém, a última “Abismo” é a mais waldikiana do álbum com um belo arranjo de metais encerre um trabalho primoroso e tecnicamente perfeito.

Acompanhado pela Orquestra da Chantecler e pelo maestro Francisco Moraes (onde foi parar ele ?), o disco está completamente esquecido. Bem como seu autor, que morreu em 1991 de derrame cerebral, aos 56 anos. Nada de Fahel foi relançado em CD. “Prelúdio de Um Homem Só” fica como prelúdio dos poucos (mas fiéis) fãs que o cantor baiano ainda tem pelo Brasil.

Contracapa de “Prelúdio de Um Homem Só”- OSVALDO FAHEL- Chantecler
É linda a minha vila...você precisa conhecê-la !

Seu nome: Castelo Novo. É um pedaço na Bahia que me via nascer e que tão cedo me viu partir para a capital, acalentando o desejo do velho Fahel ver o pequenininho Osvaldo ostentando um anel verde que levaria esperança aos corpos que sofrem...

...qual nada!...iria surgir em minha vida um violão, que através de suas cordas, me faria ingressar no mundo da música.

E fiz uma, duas, três, muitas composições, através das quais iria mostrar ao público que ainda sou daqueles que acreditam no mundo sem maldade...no amor feito com ternura...na inspiração mulher.

E como sinto saudade da minha vila pequenina..tão pequenina que foi colocada no coração da Bahia e ninguém tomou conhecimento dela.

Só eu sei que ela existe e, vaidosa por ser mulher, continua banhando-se nas águas límpidas que a contorna...e a lua vem...o céu é todo poesia...a vila adormece.

Pena que seu nome seja tão feio !

Mas não importa !...ela é linda por ser baiana e mais baiana por ser brasileira...estou feliz...ouça esse disco.
OSVALDO FAHEL (MT)

MORRE PETER BOYLE

Morreu no último dia 12, o ator famoso por seus papéis cômicos, Peter Boyle. O veterano de 71 anos, nascido na Filadélfia, que sofria complicações desde o início da década de 90 (derrame em 90 e infarto em 99), faleceu devido a mieloma e a complicações no coração. Boyle morreu em Nova York.

Famoso no último decênio pela série de Tv americana, Everybody Loves Raymond (foto), interpretava Frank, o pai turrão e mal humorado de Raymond. Seu papel lhe deu diversas indicações ao Emmy de melhor ator coadjuvante, porém nunca ganhou. Tal prêmio só foi atingido como Melhor Ator Convidado pela sua participação em Arquivo X, em 1996.

Boyle (1935-2006) começou no cinema, creditadamente, com The Virgin President, em 1968. O reconhecimento, porém, só viria em 1974 com O Jovem Frankeinstein, em que faz o Monstro. Dois anos depois seria o taxista Wizard, em Taxi Driver. Em 2001, voltou com certa força em A Última Ceia, em que faz o pai preconceituoso de Hank. Seu último trabalho finalizado é Meu Papai é Noel 3. Boyle antes de ingressar na carreira artística era pastor. (GC)

MORRE JOSEPH BARBERA

Joseph Barbera (1911-2006) morreu no dia 18 de dezembro de causas naturais. Barbera, ao lado de William Hanna, protagonizou um dos maiores fenômenos da animação mundial. Criadores de desenhos que fizeram parte da infância de qualquer ser humano nascido depois da década de 60, a marca Hanna-Barbera confere até hoje um tom lúdico e saudoso aos desenhos.

O início, por razões financeiras, se deu ainda na década de 30, trabalhando para MGM. As animações e a parceria vieram logo mais, com Gallopin’ Gals (1940). Barbera se tornaria um nome popular e um mito da animação apenas em 1960, com o seriado Os Flintstones. Seguiriam-se ainda Os Jetsons, Scooby-Doo, Manda-Chuva, Zé Colméia, Tom e Jerry, Johnny Quest e diversos outros desenhos que entraram para a história.

É inevitável pensar em Barbera sem Hanna (morto em 2001), e é inevitável pensar na atual cultura popular americana sem lembrar dos clássicos animados de Barbera, que instauram uma nova maneira de fazer animação e criar personagens. Barbera continuou em atividade até o fim de seus 95 anos. (GC)

MORRE JAMES BROWN

O “pai do Soul” faleceu no Natal, durante a madrugada, com 73 anos. James Brown (1933-2006) estava com uma pneumonia, e morreu devido a uma parada cardíaca fruto de um fluxo anormal de sangue ao coração. "Sou o cara que mais trabalha no show business e não quero decepcioná-los”, dizia Brown pouco antes de morrer. O “Godfather of soul” tinha shows agendados ainda para o final desse ano e gostava de manter tal imagem de ativo e trabalhador. O carreia efetivamente só se deu em 1965 com Papa's got a brand new bag.

Com raízes no gospel e no R’n’B, James reinventou a maneira de fazer música, com batidas dançantes e voz suave, revolucionando com o advento do soul e do funk. Seus primeiros álbuns datam de 1959, Please Please Please e Try Me. Com mais de 50 discos na carreira, o homem tornou-se lenda, e seus discos e suas músicas, sucessos, entre eles Get up (I feel like being a) sex machine, I'm black and I'm proud, Papa's got a brand new bag, It' s a man man's world e Hot pants. Talvez seu maior sucesso ainda hoje seja a emblemática I Feel Good.

Mesmo sem hits de grande força nas posteriores década de 80 e 90, James Brown continuou fazendo shows. Foi nessa época também que sofreu várias prisões devido a porte ilegal de drogas e maus tratos à sua mulher. Tal fato não diminuiu seu carisma ou grandeza diante da música, e sua morte simboliza a mitificação de um dos maiores ídolos da música negra. (GC)



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