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In Memorian de Herval Rossano (1935-2007)

Por Matheus Trunk

O cinema brasileiro sempre abandonou e pelo que parece sempre irá abandonar seus grandes personagens, as pessoas que batalharam pela grandeza dele. Uma dessas pessoas e que agora partiu é Herval Rossano. Como ator foi um eterno galã para depois se consagrar como um dos maiores homens da televisão brasileira.

Nascido em 1935, na cidade de Campos- RJ, inciou sua carreira artística nos anos 50. Participou de algumas chanchadas ao lado da bela Eliana e mesmo da humorista Dercy Gonçalves. Sempre teve enorme talento, mesmo na função de galã, ao contrário de alguns de seu tempo (como Cyll Farney), conseguindo impregnar grandes papéis. São memoráveis suas atuações em filmes como “Titio Não É Sopa”, “Dona Xepa”, “Samba Em Brasília” e mesmo na obra-prima “Maria 38”.

Ao comando de cineastas tarimbados como José Carlos Burle e mesmo Watson Macedo, Rossano era um ator expressivo e respondia a altura desses grandes mestres. Quando pegava diretores mais costumeiros como Eurides Ramos e Darcy Evangelista, também ia bem. Por conta da grande amizade entre Cyll Farney e Carlos Manga, o ator não teve a chance de trabalhar com o mais americanófilo dos chanchadeiros.

Nesses filmes, personificava um ideal de par romântico ao lado de Eliana, sempre como o mocinho bonito, de barba bem feita, cabelo cortadinho, elegante e bem-vestido. Sempre honesto e de bem coração. Por isso, o nome de seus personagens era sempre Henrique, Paulo, Mário.

Só por ter sido um correto e expressivo galã ao lado de já valeria a pena a sua memória na cultura brasileira. Porém, a trajetória e a vida dele muda radicalmente quando ele conhece a televisão.

A partir dos anos 70, Rossano irá construir uma grande das mais prestigiosas carreiras da TV brasileira, dirigindo no total trinta e nove novelas. Começou na Rede Globo, com “Helena” (1975), porém o grande sucesso viria no ano seguinte.

“Escrava Isaura”, foi vendida para setenta e nove países e dublada em vinte e cinco países. Protagonizada por uma atriz até então iniciante (Lucélia Santos), a consagrou como musa nacional e internacional. Sua grande paixão sempre foram as novelas de época, por causa disso teve de sair da Rede Globo no final dos anos 80.

“Elas trazem ao público um mundo de fantasia que entusiasma pelo visual bonito e pelo saudosismo”, declarou certa vez. Na Manchete, emplacou o sucesso Dona Beija, que levou a história da cafetina mineira vivida por Maitê Proença. Ousada para a época, a novela exibiu a trajetória de Dona Beija sem economizar qualquer tipo de ousadia.

Galã como era, viveu cercado de lindas mulheres. Principalmente atrizes. Foi casado com Nívea Maria, e a três anos estava com Mayara Magri.

Herval Rossano, morreu aos 72 anos no Hospital Beneficência Portuguesa na Bela Vista, São Paulo-SP, no dia 9 de maio de 2007. Atualmente era diretor de teledramaturgia do SBT, tendo sido seu último trabalho a novela Cristal no SBT.



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