Zingu!NEWS
Por Matheus Trunk
FRASE PHODA
“Peixe e hóspede, depois de três dias, fedem”.
Rubem Braga
MOMENTO PHODA
BANDIDO- Tome este cigarro
MOCINHO- Mas ele é do que ?
BANDIDO- Você verá !
MOCINHO- Cigarro estranho...
BANDIDO- Hahahaha
MOCINHO- Estou ficando doidão de repente...
Momento do filme “Cais do Vício” de Francisco José Ferreira (1953)
CONTRACAPA DE LP
SE VOCÊ QUER DAR UMA FESTA ANIMADA DISQUE 27-9696 E CHAME BENE NUNES
Foi, aliás, o que fizemos. Nós do Departamento Artístico tínhamos um problema. O patrão andava zangado e queria de qualquer jeito um long-play dançante que fosse diferente. Um disco fino, de bom gosto e que ao mesmo tempo fosse todo animação. Alguém teve então um “estalo” de gênio e disse um nome: Bené Nunes. Claro ! Porque não pensamos nisso antes ? Bené Nunes, o pianista do Palácio da Alvorada, o pianista de gente “bem”, o favorito dos salões ! Bené era a solução perfeita para o nosso caso. O entusiasmo foi tão grande que não hesitamos em colocar à sua disposição a peça mais rara de nosso estúdio, a “menina dos olhos” do patrão: um piano Steinway, que vale dois milhões de cruzeiros. Bené não podia recusar o convite, senão estávamos todos “fritos”. Com o coração na mão discamos 27-9696 e...bem, o resultado aí está: piano, ritmo e animação para uma noite sem fim, com Bené Nunes ao piano.
Contracapa do LP “Telefone Para 27-9696” de Bené Nunes-gravadora Odeon
“ROBERTO CARLOS EM DETALHES”, UM LIVRAÇO QUE ESTÁ PROIBIDO
Roberto Carlos Em Detalhes
Autor: Paulo César de Araújo
Editora: Planeta
A Censura acabou no Brasil há quase três décadas. Porém, o cantor e compositor Roberto Carlos, teve uma atitude bem parecida aos antigos censores. Ele simplesmente proibiu a venda do livro “Roberto Carlos Em Detalhes” do historiador e jornalista Paulo César de Araújo, fruto de trabalho de quinze anos e de quase 200 entrevistas.
Araújo, que já tinha feito o extraordinário “Eu Não Sou Cachorro Não- Música Popular Cafona e Ditadura Militar”, cometeu o pecado de fazer uma obra-prima literária, entrevistando desde amigos próximos de Roberto (como Erasmo, Wanderléa), pessoas que depois se tornaram inimigos (Carlos Imperial, Tim Maia), gente da MPB (como Tom Jobim, Caetano, Gil, Chico Buarque) e mesmo ilustres desconhecidos como os técnicos de som, produtores e todos os compositores que fizeram alguma música para Roberto.
FRASE PHODA
“Peixe e hóspede, depois de três dias, fedem”.
Rubem Braga
MOMENTO PHODA
BANDIDO- Tome este cigarro
MOCINHO- Mas ele é do que ?
BANDIDO- Você verá !
MOCINHO- Cigarro estranho...
BANDIDO- Hahahaha
MOCINHO- Estou ficando doidão de repente...
Momento do filme “Cais do Vício” de Francisco José Ferreira (1953)
CONTRACAPA DE LP
SE VOCÊ QUER DAR UMA FESTA ANIMADA DISQUE 27-9696 E CHAME BENE NUNES
Foi, aliás, o que fizemos. Nós do Departamento Artístico tínhamos um problema. O patrão andava zangado e queria de qualquer jeito um long-play dançante que fosse diferente. Um disco fino, de bom gosto e que ao mesmo tempo fosse todo animação. Alguém teve então um “estalo” de gênio e disse um nome: Bené Nunes. Claro ! Porque não pensamos nisso antes ? Bené Nunes, o pianista do Palácio da Alvorada, o pianista de gente “bem”, o favorito dos salões ! Bené era a solução perfeita para o nosso caso. O entusiasmo foi tão grande que não hesitamos em colocar à sua disposição a peça mais rara de nosso estúdio, a “menina dos olhos” do patrão: um piano Steinway, que vale dois milhões de cruzeiros. Bené não podia recusar o convite, senão estávamos todos “fritos”. Com o coração na mão discamos 27-9696 e...bem, o resultado aí está: piano, ritmo e animação para uma noite sem fim, com Bené Nunes ao piano.
Contracapa do LP “Telefone Para 27-9696” de Bené Nunes-gravadora Odeon
“ROBERTO CARLOS EM DETALHES”, UM LIVRAÇO QUE ESTÁ PROIBIDO
Roberto Carlos Em DetalhesAutor: Paulo César de Araújo
Editora: Planeta
A Censura acabou no Brasil há quase três décadas. Porém, o cantor e compositor Roberto Carlos, teve uma atitude bem parecida aos antigos censores. Ele simplesmente proibiu a venda do livro “Roberto Carlos Em Detalhes” do historiador e jornalista Paulo César de Araújo, fruto de trabalho de quinze anos e de quase 200 entrevistas.
Araújo, que já tinha feito o extraordinário “Eu Não Sou Cachorro Não- Música Popular Cafona e Ditadura Militar”, cometeu o pecado de fazer uma obra-prima literária, entrevistando desde amigos próximos de Roberto (como Erasmo, Wanderléa), pessoas que depois se tornaram inimigos (Carlos Imperial, Tim Maia), gente da MPB (como Tom Jobim, Caetano, Gil, Chico Buarque) e mesmo ilustres desconhecidos como os técnicos de som, produtores e todos os compositores que fizeram alguma música para Roberto.
“Roberto Carlos Em Detalhes” é um documento histórico dos mais importantes que conta toda a história e saga do maior vendedor de discos que o Brasil já teve. Pena que artistas de igual dimensão e importância de RC como Nelson Gonçalves, Chico Buarque, Waldik Soriano, Paulinho da Viola e mesmo Orlando Dias não tiveram pessoas empenhadas em os biografar como Roberto teve. Por isso, o livro está recomendado a todos que queiram entender melhor a música brasileira.
Pode-se ainda encontrar alguns exemplares nas livrarias. Corram, que ainda dá tempo de achar o seu.
LÚCIO RANGEL REVISITADO EM LIVRO
Pode-se ainda encontrar alguns exemplares nas livrarias. Corram, que ainda dá tempo de achar o seu.
LÚCIO RANGEL REVISITADO EM LIVRO
Na seara da música popular, o jornalista Lúcio Rangel (1914-1979) foi uma espécie de precursor do célebre José Ramos Tinhorão. Sambista convicto, embora padrinho da Bossa Nova (foi ele quem apresentou Tom a Vinícius), Rangel odiava a junção de jazz e samba. Pra ele, os grandes artistas brasileiros eram mesmo Pixinguinha, Sinhô, Ary Barroso, Mário Reis, entre outros. Nem mesmo Carmen Miranda ele aceitava.
Boêmio, Rangel era figurinha certa de bares cariocas como o Amarelinho e Vilariño. Foi amigo pessoal de Graciliano Ramos, Mário de Andrade e mesmo de Vinícius de Moraes, embora não aceitasse a Bossa Nova. Lúcio nunca fez média. Disse certa vez a João Gilberto: “Olha, João. Você é um grande cantor. O que lhe estraga é esse negócio de Bossa Nova”.
Foi o responsável pelo lançamento da Revista de Música Popular, do qual foi editor de 1956 a 58. Nesta revista colaboraram desde jovens jornalistas como Sergio Porto (que se tornaria depois famoso com o pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, sobrinho de Lúcio) e Hermínio Bello de Carvalho bem como jornalistas já consagrados como Almirante Ary Barroso, Orestes Barbosa e Manuel Bandeira.
O jornalista Sérgio Augusto, reuniu diversos textos de Rangel para o livro “Samba, Jazz e Outras Notas” da editora Agir.
O resultado final é que embora nem todos os textos sejam imperdíveis, a obra pode ser uma boa chance de se ter acesso a artigos do boêmio jornalista e compreender um pouco como era a vivência de pessoas como Lúcio e Tinhorão, que não aceitaram de modo nenhum a americanização da música brasileira e pagaram um alto preço por isso. A introdução/perfil de Rangel por Sérgio Augusto (“O Boêmio Encantador”) é genial.
Samba, Jazz e Outras Notas
Lúcio Rangel, organizado por Sérgio Augusto
Editora Agir
“Lúcio Rangel é uma das pessoas mais musicais que conheci”
Tom Jobim
“A Lúcio Rangel se deve a formação crítica da música popular brasileira”
Ignácio de Loyola Brandão
“De certo modo, Lúcio Rangel foi o representante maior dos estudiosos da música popular que combatiam a americanização e a bolerização do samba-canção, o segundo plano a que foram relegados o choro e outros gêneros da música tradicional.”
João Máximo
“Quando o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo, em 1958, até os liquidificadores e enceradeiras passaram a ser anunciados como “campeões do mundo”. No Jangadeiro, ao ver um amigo tentando matar uma mosca que sobrevoava a mesa, Lúcio reagiu: “Não faça isso ! Ela também é campeã do mundo.”
Ruy Castro
MAIS IMPERIAL NO YOUTUBE
Como a internet vem democratizando o acesso a informação, Carlos Imperial, homenageado e dossiê da Zingu! de abril vem recebendo mais vídeos no You.Tube. Aqui uma seleção dos mais novos e engraçados vídeos do grande programa dele na TV Tupi e TVS:
AS LEBRES DA DISCOTECA (TV Tupi- 1979)
http://www.youtube.com/watch?v=4kw4GUBFaok
IMPERIAL E AS MELINDROSAS (TV Tupi- 1979)
http://www.youtube.com/watch?v=v787HL_FsqE
CONCURSO DE DANÇA DE CASAIS (TV Tupi- 1978)
(amigo leitor observe: o ator Eri Johnson está no sexto casal)
http://www.youtube.com/watch?v=hKwmCUTSRKk
JANE E HORNDY NO PROGRAMA A MÚSICA “Por Muitas Razões Que Te Quero” (TV Tupi- 1978)
http://www.youtube.com/watch?v=GXSpJR4ABDE
Boêmio, Rangel era figurinha certa de bares cariocas como o Amarelinho e Vilariño. Foi amigo pessoal de Graciliano Ramos, Mário de Andrade e mesmo de Vinícius de Moraes, embora não aceitasse a Bossa Nova. Lúcio nunca fez média. Disse certa vez a João Gilberto: “Olha, João. Você é um grande cantor. O que lhe estraga é esse negócio de Bossa Nova”.
Foi o responsável pelo lançamento da Revista de Música Popular, do qual foi editor de 1956 a 58. Nesta revista colaboraram desde jovens jornalistas como Sergio Porto (que se tornaria depois famoso com o pseudônimo Stanislaw Ponte Preta, sobrinho de Lúcio) e Hermínio Bello de Carvalho bem como jornalistas já consagrados como Almirante Ary Barroso, Orestes Barbosa e Manuel Bandeira.
O jornalista Sérgio Augusto, reuniu diversos textos de Rangel para o livro “Samba, Jazz e Outras Notas” da editora Agir.
O resultado final é que embora nem todos os textos sejam imperdíveis, a obra pode ser uma boa chance de se ter acesso a artigos do boêmio jornalista e compreender um pouco como era a vivência de pessoas como Lúcio e Tinhorão, que não aceitaram de modo nenhum a americanização da música brasileira e pagaram um alto preço por isso. A introdução/perfil de Rangel por Sérgio Augusto (“O Boêmio Encantador”) é genial.
Samba, Jazz e Outras Notas
Lúcio Rangel, organizado por Sérgio Augusto
Editora Agir
“Lúcio Rangel é uma das pessoas mais musicais que conheci”
Tom Jobim
“A Lúcio Rangel se deve a formação crítica da música popular brasileira”
Ignácio de Loyola Brandão
“De certo modo, Lúcio Rangel foi o representante maior dos estudiosos da música popular que combatiam a americanização e a bolerização do samba-canção, o segundo plano a que foram relegados o choro e outros gêneros da música tradicional.”
João Máximo
“Quando o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo, em 1958, até os liquidificadores e enceradeiras passaram a ser anunciados como “campeões do mundo”. No Jangadeiro, ao ver um amigo tentando matar uma mosca que sobrevoava a mesa, Lúcio reagiu: “Não faça isso ! Ela também é campeã do mundo.”
Ruy Castro
MAIS IMPERIAL NO YOUTUBE
Como a internet vem democratizando o acesso a informação, Carlos Imperial, homenageado e dossiê da Zingu! de abril vem recebendo mais vídeos no You.Tube. Aqui uma seleção dos mais novos e engraçados vídeos do grande programa dele na TV Tupi e TVS:AS LEBRES DA DISCOTECA (TV Tupi- 1979)
http://www.youtube.com/watch?v=4kw4GUBFaok
IMPERIAL E AS MELINDROSAS (TV Tupi- 1979)
http://www.youtube.com/watch?v=v787HL_FsqE
CONCURSO DE DANÇA DE CASAIS (TV Tupi- 1978)
(amigo leitor observe: o ator Eri Johnson está no sexto casal)
http://www.youtube.com/watch?v=hKwmCUTSRKk
JANE E HORNDY NO PROGRAMA A MÚSICA “Por Muitas Razões Que Te Quero” (TV Tupi- 1978)
http://www.youtube.com/watch?v=GXSpJR4ABDE
ANIMA MUNDI
O festival de animações aporta em São Paulo, em sua 15ª edição. Dos dias 11 a 15, no Memorial da América Latina, diversas sessões serão apresentadas. Para nossos colegas cariocas, em diversas salas, o festival começa dia 29 (de junho), e vai até dia 8 (de julho). Vale a conferência.
Para maiores informações, acessem o site.
