html> Revista Zingu! - arquivo. Novo endereço: www.revistazingu.net
Coluna CINEMA Extremo
ONDE O CINEMA PODE SER VIOLENTO...

Por Marcelo Carrard

Porno Holocaust
Direção: Joe D’Amato
Holocausto Porno, Itália, 1980.

Foi sob o sol do Caribe que Joe D’Amato encenou sua bizarra mistura de sexo explícito e gore em um filme inacreditável chamado PORNO HOLOCAUST. O título é uma explícita tiração de sarro com CANNIBAL HOLOCAUST de seu amigo Ruggero Deodato. Praticamente feito ao mesmo tempo que EROTIC NIGHTS OF THE LIVING DEAD, Porno Holocaust abusa das sequências de sexo hardcocre e cria momentos hilários para o deleite do espectador. No elenco temos seu ator favorito: Luigi Montefiore, que não aparece nas cenas mais tórridas do filme que ficam a cargo de um elenco de especialistas. Um dos momentos mais absurdos do filme é em uma cena onde uma mulher transa com dois negões e no meio da seqüência um dos caras olha fixamente para a câmera, e isso não foi editado, está lá, sensacional !!!

A “trama” gira em torno de um grupo de cientistas que vai até uma ilha para ver os danos causados pela radiação. Entre uma pesquisa e outra rolam muitas cenas explícitas de sexo, aproveitando muito a luz natural da locação que cria uma uniformidade estética no filme. A mais bela cena de sexo acaba rolando entre duas mulheres, sob um tronco de árvore na beira da praia. A cena é muito bem realizada e visualmente exuberante, com o já citado uso criativo da luz natural da locação caribenha. O interessante, porém, é a presença de um mutante tarado, vítima das radiações da Ilha, que acaba interagindo com o grupo de cientistas, mais com as mulheres. Seus ataques acabam criando os momentos gore do filme quando estraçalha alguns incautos que cruzam seu caminho.

Com essa inusitada mistura de horror e sexo-explícito, D’Amato cria um estilo próprio que poucos conseguiram imitar. Ainda sobre a cena de sexo entre as mulheres sob o tronco, vale a pena sempre salientar que D’Amato, que também era fotógrafo de seus filmes, sabia muito bem como enquadrar as mulheres em cena. Suas atrizes, como a Musa Laura Gemser, estão sempre radiantes e belas em qualquer enquadramento feito por sua câmera. D’Amato era um diretor que amava as mulheres, que era generoso com elas.

Na próxima Coluna, encerro essa singela homenagem ao Mestree D’Amato com o clássico absoluto: BUIO OMEGA. Partimos então do Caribe, para as montanhas austríacas...




<< Capa