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Dossiê Costinha

OS FILMES MAIS CÉLEBRES DE COSTINHA

Por Matheus Trunk

Aqui uma pequena, mas interessante seleção dos filmes mais notáveis que Costinha fez durante toda a sua carreira.

Sherlock de Araque (1957) de Victor Lima

Contratado a peso de ouro pela produtora Herbert Richers (principal concorrente da Atlântida na fase das chanchadas), Costinha foi ator principal neste formando dupla ao lado de Carequinha filme do grande Victor Lima. Excelente e engraçadíssima chanchada sobre uma dupla de dois policiais (Costinha e Carequinha) que fazem ronda em Copacabana, sem perceber que na verdade estão se envolvendo em um roubo de uma joalheria. Elenco acima da média de fíguras extraordinárias como Carlos Imperial e Wilson Grey. Destaque para a participação de Paulo Silvino cantando um número musical. Música do maestro Cipó sob pseudônimo.

É de Chuá (1958) de J.B. Tanko

Chanchada produzida por Osvaldo Massaini com associação com associação de Herbert Richers. Dupla de ladrões (Ankito e Grande Othelo) tenta se passar por grã-finos durante uma festa, mas se envolve com uma escola de samba. A participação de Costinha como fotógrafo de um jornal de grande circulação é meio discreta, mas muito engraçada quando ele é paquerado por uma empregada muito feia (Zezé Macedo). O melhor do filme são os números musicais com gênios como Nelson Gonçalves, Gilberto Alves e do extraordinário sambista Joel de Almeida.

Como Ganhar na Loteria Sem Perder a Esportiva (1971) de J.B. Tanko

Comédia urbana que tem grande destaque a loteria esportiva, que quando implantada no Brasil no início dos anos 70 era semelhante a mega-sena nos dias de hoje. Tanko, um gênio na direção reuniu um elenco só de gigantes: Procópio Ferreira, Agildo Ribeiro, Flávio Migliaccio, Otelo Zelloni, Paulo Porto, Maria Della Costa, Frengolente, Renata Fronzi, Rodolfo Arena, Wilson Grey, Mário Benvenutti, entre outros. Diversas pessoas ganham na loteria esportiva, pensando que ficaram milionárias, porém terão de dividir o prêmio entre si. Embora tenha alguns grandes momentos, não é uma grande fita, valendo pelo elenco. Fotografia do português Antônio Gonçalves, grande parceiro de Tanko e montagem de Waldemar Noya, o “Didi” homem que inventou o videotaipe na televisão brasileira.

O Libertino (1973) de Victor Lima

O comendador Emanuel (Costinha) é um senhor moralista, que dedica sua vida a combater a pornografia. Sua situação econômica não é boa, portanto, ele é obrigado a alugar sua mansão para um colégio de moças que na verdade tem outra função. Talvez seja dos filmes aqui citados o melhor pra ver o grande humorista que era Costinha em ação. No elenco, Átila Iório (que fez os clássicos do Cinema Novo “Vidas Secas” e “Os Fuzis”), Fernando José e a musa Meiry Vieira. Curiosamente “O Libertino” ficou proibido na Censura por dois anos. Mas isso não se deve pela exploração erótica, muito pelo contrário, o filme é bem leve nesse ponto. O problema para os milicos da época era ver o personagem principal da fita um moralista conservador torna-se um libertino, um fanfarrão.

As Aventuras de Robinson Crusoé (1978) de Mozael Silveira

Nos anos 70, tudo que se pode imaginar de bizarro aconteceu no cinema brasileiro até em filme infantil. Este aqui, feito por brilhantismo pela dupla Costinha e Grande Othelo era pra se recontar a história do clássico de Daniel Defoe. Porém, quando um diretor do cunho e da habilidade de um Mozael Silveira faz isso, sabemos que a coisa não será bem assim. Extremamente mal produzido, mas engraçadíssimo “As Aventuras de Robinson Crusoé” é um mega clássico dos anos 70 e filme obrigatório pra quem queira saber o que foi ou o que é o cinema brasileiro.

Histórias Que As Nossas Babás Não Contavam (1979) de Osvaldo de Oliveira

Um dos clássicos da pornochanchada, que reconta a história de Branca de Neve, sendo interpretada pela mulata Adele Fátima. Produzida pela importante Cinedistri de Aníbal Massaini Neto, o filme contou com grande aparato técnico e com um elenco quase estrelar. A conselho de seu espelho mágico, a madrasta de Clara das Neves (Meire Vieira) contrata um caçador (Costinha !) para matar a princesa. Porém, Clara das Neves saberá dar um jeitinho brasileiro para o caçador não a matar. Osvaldo de Oliveira, o Carcaça, técnico excepcional e gigante absoluto, morreu em situação que ele não merecia.



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