SUBGÊNEROS OBSCUROS...
FILMES APOCALÍPTICOS ITALIANOS
FILMES APOCALÍPTICOS ITALIANOS
Por Marcelo Carrard
No período da Guerra Fria, quando o mundo se dividia radicalmente entre Comunistas e Capitalistas, uma ameaça pairava no ar: a hecatombe nuclear que iria dizimar a raça humana e transformar tudo em um cenário de horror onde os vivos invejariam os mortos. Em torno dessa temática apocalíptica uma série de filmes foram produzidos. Houve o clássico episódio do seriado ALÉM DA IMAGINAÇÃO, onde um homem atormentado pela família e pelos colegas de serviço se tranca em um cofre para ter um momento de paz e se dedicar a leitura, seu grande prazer. Ao sair do cofre descobre que o mundo acabou graças a um ataque nuclear. Em um episódio de Halloween de OS SIMPSONS, uma paródia dessa história foi feita mostrando Homer Simpson como o único sobrevivente de um ataque nuclear. Produções muito interessantes beberam dessa fonte apocalíptica como FUGA DE NOVA IORQUE de John Carpenter e MAD MAX 2. Porém, foi na Itália que esses filmes ganharam seu mais bizarro tratamento através dos Filmes Apocalípticos Italianos.
Voltando ao episódio de OS SIMPSONS, além da sátira ao episódio acima citado de ALÉM DA IMAGINAÇÃO, outro filme também foi satirizado. THE LAST MAN ON EARTH, cuja primeira versão, com Vincent Price no papel principal, foi produzido na Itália. Dirigido por Ubaldo Ragona, em 1963, o filme narra a história de um homem que vive solitário em um mundo destruído onde todos estão contaminados por um estranho vírus que os transformou em zumbis sedentos por sangue. A personagem de Price é a única criatura normal da Terra, o único não infectado. Lançado em DVD no Brasil com o título de MORTOS QUE MATAM, o filme tem todos os ingredientes básicos desse tipo de produção. Cenários desolados, mutantes/zumbis, ação, referências totalitaristas do poder entre outros elementos.
THE LAST MAN ON EARTH inaugura, além do subgênero italiano dos Filmes Apocalípticos, o ciclo dos filmes de Zombies que iriam se sofisticar e mudar drasticamente após o lançamento de A NOITE DOS MORTOS VIVOS, 1968, de George Romero. Um elemento interessante seria inserido nessas produções italianas: as gangues de jovens, muitas vezes de motoqueiros como em ENDGAME, clássico desse subgênero dirigido nos anos 80 por Joe D’Amato e com Laura Gemser no papel da mítica Lilith como destaque do elenco. Essa “Mitologia” das gangues tem como origem o clássico absoluto de Walter Hill: WARRIORS.
O Produtor italiano Fabrizio De Angelis foi colaborador de Lucio Fulci em vários clássicos como os obrigatórios: THE BEYOND r NEW YORK RIPPER. Muito atento para o que estava em alta na Itália no início dos anos 80, decidiu produzir dois filmes apocalípticos misturando ação, gangues, violência e o futuro pós-apocalipse ambientando suas histórias em Nova Iorque. O primeiro exemplar de destaque é o filme: 1990-I GUERRIERI DEL BRONX, 1982, dirigido por Enzo Castellari, especializado em filmes B de Ação/Pancadaria. No ano seguinte ele repetiria a dose e também produzido por De Angelis lança: FUGA DAL BRONX. Feitos com poucos recursos e com forte apelo popular, esses filmes acabaram virando Cults com o passar do tempo. FUGA DE NOVA IORQUE de John Carpenter tem muitos elementos desses filmes em sua bem dosada mistura de filme de ação com a atmosfera peculiar da visão dessas produções sobre o futuro pós-apocalíptico.
O exemplar mais bizarro desse subgênero obscuro do Cinema Italiano é a produção de 1984: RATS, dirigida pelo demente BRUNO MATTEI. O filme mostra um grupo de sobreviventes da Bomba Atômica vivendo nos subterrâneos de uma cidade desolada enfrentando ratos mutantes assassinos. Se a produção fosse séria, com bons efeitos, bons atores e bom roteiro, até que poderia resultar em um clássico da Ficção-Científica. Bruno Mattei se esforçou ao máximo para que isso não acontecesse. Os efeitos são extremamente toscos e hilários. Os tais ratos mutantes são porcos da índia pintados de cinza e que sempre aparecem quase parados, embora as portas dos locais onde os sobreviventes estão escondidos estejam sempre prestes a serem arrombadas pelos roedores. Em meio ao mundo apocalíptico, sem dinheiro, sem comida, sem água, enfim, em pleno apocalipse os atores estão com ótimos figurinos e as atrizes maquiadas e com penteados “modernos” que nunca se desfazem. O final do filme é sensacional. Obrigatório para fãs ardorosos do Trash.
Além de ENDGMAME, Joe D’Amato dirigiu outro exemplar de um filme sobre o mundo pós-apocaliptico, com a colaboração do amigo Lugi Montefiori que além do roteiro foi seu assistente de direção. O filme, de 1982, é 2020-I GLADIATORI DEL FUTURO. D’Amato usou outro de seus muitos pseudônimos para assinar a direção: Kevin Mancuso. Montefiori, que sempre usava o pseudônimo de George Eastman, está creditado como roteirista com o nome de: Alex Carver. Das muitas produções italianas que exploraram esse filão do futuro apocalíptico, essas citadas nesse artigo seriam as mais expressivas. Muitos desses filmes saíram em VHS no Brasil nos anos 80 e merecem uma descoberta, claro que são filmes para puro divertimento, nada para se levar extremamente a sério, por favor...
Voltando ao episódio de OS SIMPSONS, além da sátira ao episódio acima citado de ALÉM DA IMAGINAÇÃO, outro filme também foi satirizado. THE LAST MAN ON EARTH, cuja primeira versão, com Vincent Price no papel principal, foi produzido na Itália. Dirigido por Ubaldo Ragona, em 1963, o filme narra a história de um homem que vive solitário em um mundo destruído onde todos estão contaminados por um estranho vírus que os transformou em zumbis sedentos por sangue. A personagem de Price é a única criatura normal da Terra, o único não infectado. Lançado em DVD no Brasil com o título de MORTOS QUE MATAM, o filme tem todos os ingredientes básicos desse tipo de produção. Cenários desolados, mutantes/zumbis, ação, referências totalitaristas do poder entre outros elementos.
THE LAST MAN ON EARTH inaugura, além do subgênero italiano dos Filmes Apocalípticos, o ciclo dos filmes de Zombies que iriam se sofisticar e mudar drasticamente após o lançamento de A NOITE DOS MORTOS VIVOS, 1968, de George Romero. Um elemento interessante seria inserido nessas produções italianas: as gangues de jovens, muitas vezes de motoqueiros como em ENDGAME, clássico desse subgênero dirigido nos anos 80 por Joe D’Amato e com Laura Gemser no papel da mítica Lilith como destaque do elenco. Essa “Mitologia” das gangues tem como origem o clássico absoluto de Walter Hill: WARRIORS.
O Produtor italiano Fabrizio De Angelis foi colaborador de Lucio Fulci em vários clássicos como os obrigatórios: THE BEYOND r NEW YORK RIPPER. Muito atento para o que estava em alta na Itália no início dos anos 80, decidiu produzir dois filmes apocalípticos misturando ação, gangues, violência e o futuro pós-apocalipse ambientando suas histórias em Nova Iorque. O primeiro exemplar de destaque é o filme: 1990-I GUERRIERI DEL BRONX, 1982, dirigido por Enzo Castellari, especializado em filmes B de Ação/Pancadaria. No ano seguinte ele repetiria a dose e também produzido por De Angelis lança: FUGA DAL BRONX. Feitos com poucos recursos e com forte apelo popular, esses filmes acabaram virando Cults com o passar do tempo. FUGA DE NOVA IORQUE de John Carpenter tem muitos elementos desses filmes em sua bem dosada mistura de filme de ação com a atmosfera peculiar da visão dessas produções sobre o futuro pós-apocalíptico.
O exemplar mais bizarro desse subgênero obscuro do Cinema Italiano é a produção de 1984: RATS, dirigida pelo demente BRUNO MATTEI. O filme mostra um grupo de sobreviventes da Bomba Atômica vivendo nos subterrâneos de uma cidade desolada enfrentando ratos mutantes assassinos. Se a produção fosse séria, com bons efeitos, bons atores e bom roteiro, até que poderia resultar em um clássico da Ficção-Científica. Bruno Mattei se esforçou ao máximo para que isso não acontecesse. Os efeitos são extremamente toscos e hilários. Os tais ratos mutantes são porcos da índia pintados de cinza e que sempre aparecem quase parados, embora as portas dos locais onde os sobreviventes estão escondidos estejam sempre prestes a serem arrombadas pelos roedores. Em meio ao mundo apocalíptico, sem dinheiro, sem comida, sem água, enfim, em pleno apocalipse os atores estão com ótimos figurinos e as atrizes maquiadas e com penteados “modernos” que nunca se desfazem. O final do filme é sensacional. Obrigatório para fãs ardorosos do Trash.
Além de ENDGMAME, Joe D’Amato dirigiu outro exemplar de um filme sobre o mundo pós-apocaliptico, com a colaboração do amigo Lugi Montefiori que além do roteiro foi seu assistente de direção. O filme, de 1982, é 2020-I GLADIATORI DEL FUTURO. D’Amato usou outro de seus muitos pseudônimos para assinar a direção: Kevin Mancuso. Montefiori, que sempre usava o pseudônimo de George Eastman, está creditado como roteirista com o nome de: Alex Carver. Das muitas produções italianas que exploraram esse filão do futuro apocalíptico, essas citadas nesse artigo seriam as mais expressivas. Muitos desses filmes saíram em VHS no Brasil nos anos 80 e merecem uma descoberta, claro que são filmes para puro divertimento, nada para se levar extremamente a sério, por favor...