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Que história espera seu fim lá embaixo?

Por Matheus Trunk

Carlos Coimbra - Um Homem Raro, de Luiz Carlos Merten

No cinema brasileiro, são raros os homens que mantém suas carreiras em um alto nível até o fim da vida. Normalmente, os altos e baixos da atividade cinematográfica nacional leva diretores, produtores, atores e técnicos a fazerem muitas vezes trabalhos abaixo da crítica. Um homem raro, que sempre manteve seus filmes bem cuidados, foi Carlos Coimbra.

Homem de confiança do poderoso produtor Osvaldo Massaini, Coimbra dirigiu muitos filmes em parceria com o dono da Cinedistri. Muitas delas foram do “ciclo do cangaço” (A Morte Comanda o Cangaço; Lampião, o Rei do Cangaço; Cangaceiros de Lampião; Corisco, o Diabo Loiro) e mesmo o sucesso de bilheteria “Independência Ou Morte”. Mas mesmo assim, este brilhante artesão ainda teve tempo de realizar comédias (Se Meu Dólar Falasse; O Santo Milagroso) e um excelente filme policial (Homem de Papel).

Nesta excelente biografia, escrita pelo jornalista e crítico do “Estado de São Paulo” Luiz Carlos Merten para a Coleção Aplauso, Coimbra relembra toda sua carreira cinematográfica. A tese de que “Independência Ou Morte” seria um filme aliado a Ditadura Militar, também é abordada, porém o diretor rejeita isso: “Fiz um filme em que Dom Pedro I é pintado como devasso e fui crucificado pela crítica por ter feito o filme oficial da ditadura militar. Não acho que sou melhor que ninguém, mas acho que não entenderam nada”.

A morte precoce do realizador em fevereiro de 2007, tornou este precioso relato uma obra ainda mais importante. Pelo legado e pela memória de uma pessoa que comeu e bebeu cinema durante toda sua trajetória, “Carlos Coimbra - Um Homem Raro” torna-se uma referência verdadeiramente indispensável pra quem ama e quer conhecer mais sobre o cinema brasileiro. Recomendação de um grande fã deste homem franzino, tímido e de fala calma que tanto fez pelo cinema paulista e brasileiro.




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