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Dossiê grandes musas da Boca- parte 2

NEIDE RIBEIRO

Frase
“A Neide Ribeiro é uma atriz extremamente sensível”
Carlos Reichenbach

Poema
Neide não dá bandeira
tímida, faceira
só olha de esguelha
na blusa o zíper
beirando as fronteiras
na tela os fãs
perdendo as maneiras
Diniz Gonçalves Júnior, especialmente para a Zingu!

Depoimento
“Graça e sensualidade sempre estiveram juntas nas atuações de Neide Ribeiro. Fosse filme dramático ou comédia de costumes, ela se fazia presente de uma maneira marcante que se impunha naturalmente, sem evidenciar a menor afetação ou algum esforço tipo laboratório. A primeira vez que reparei no talento de Neide foi em E Agora José? , drama político (é isso mesmo) produzido por David Cardoso e realizado por Ody Fraga em plena época da ditadura militar. Fiquei deslumbrado e assim que David me convidou para fazer um filme, escrevi Corpo Devasso já imaginando uma personagem para Neide: a fotografa requintada que seduz o caipira Beto (David), além de aprimorar seus modos. As suas cenas ficaram lindas e o filme seguinte, Violência Na Carne, já escrevi o roteiro imaginando a personagem da jovem atriz pouco culta para Neide. Foi naquelas filmagens em Ubatuba que nossa amizade cresceu. Nesse papel, o seu talento ficou mais evidente, em especial no terreno da comédia, que se mesclava ao suspense. A seqüência da dança ao som de música africana ficou marcante. Posteriormente fez uma mundana dos anos 30 no episódio Gatas no Cio, uma fantasia que escrevi e dirigi para o longa depois chamado Sacanagem (título infeliz), produzido pelo dono de uma fábrica de produtos de beleza. As roupas de época, a maquiagem de Vavá Torres (que também transformou a linda Elisabeth Hartmann numa velha de 150 anos) foram de extrema importância para o requinte desse episódio.
Determinada e disciplinada, Neide conserva seu corpo e seu rosto belíssimos. E isso é patente nos programas de humor na TV que fez e inúmeros comerciais ao vivo que faz, e que exigem muita verdade na venda dos produtos, verdade essa que ela passa. É uma das poucas atrizes que permaneceram amigas. Ela e o seu companheiro, o médico Júlio César (unidos há quase três décadas) são extremamente generosos e fraternos em geral. Comigo, demonstraram isso de forma cabal em um momento difícil que passei por volta de 1997. E eu há muito tinha deixado de ser diretor. É esse altruísmo e essa determinação que sempre fizeram de Neide Ribeiro, tanto nos meus filmes como nos de Ody Fraga e Carlos Reichenbach, uma autêntica estrela, uma atriz borbulhante na sua graça e naturalidade. Grande Neide.”
Alfredo Sternheim, cineasta que dirigiu Neide Ribeiro em “Corpo Devasso” (1980), “Violência na Carne” (1981) e “Sacanagem” (episódio “Gatas no Cio”) (1983)

Filmografia
1990- A Rota do Brilho de Deny Cavalcanti
1983- Sacanagem (episódio “Gatas no Cio”) de Alfredo Sternheim
1981- A Fêmea do Mar de Ody Fraga
1981- O Sexo Nosso de Cada Dia de Ody Fraga
1981- A Tara de Todos Nós (episódio “Programa Duplo) de Guilherme de Almeida Prado
1981- Violência na Carne de Alfredo Sternheim
1980- Palácio de Vênus de Ody Fraga
1980- Corpo Devasso de Alfredo Sternheim
1980- A Prisão de Osvaldo de Oliveira
1980- Império das Taras de José Adauto Cardoso
1980- A Virgem e o Bem-Dotado de Edward Freund
1979- A Ilha dos Prazeres Proibidos de Carlos Reichenbach
1979- A Dama da Zona de Ody Fraga
1979- E Agora José ? A Tortura do Sexo de Ody Fraga
1979- O Matador Sexual de Tony Vieira
1977- Nem As Enfermeiras Escapam de André José Adler
1976- As Meninas Querem...Os Coroas Podem de Osvaldo de Oliveira



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