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Melhores Estréias

1º. Medos Privados em Lugares Públicos, de Alain Resnais.
Coeurs, França/Itália, 2006, Pandora Filmes.
6 votos, 71 pontos.

Numa Paris soterrada pela neve incessante, seis personagens saem à procura de um pouco de afeto, carinho, companhia e amor. Thierry (André Dussolier) é apaixonado secretamente por sua colega de escritório Charlotte (Sabine Azéma), muito religiosa mas que tem o costume de gravar seus shows eróticos particulares, e nas horas vagas cuida do pai idoso e doente do barman Lionel (Pierre Arditi) , provavelmente homossexual (tem uma foto dele ao lado de um rapaz, já falecido, em seu quarto), que trabalha no bar de um hotel onde ouve os lamentos do desempregado Dan (Lambert Wilson), que está se separando da noiva de muitos anos Nicole (Laura Morante) e marca um encontro, através do classificado de uma revista, com Gaelle (Isabelle Carré) que vem a ser a irmã mais jovem de Thierry. Tudo é perfeito aqui: as interpretações de um elenco dos mais afiados, direção de arte, fotografia, música, etc.Uma das maiores reflexões sobre solidão já realizadas e, com certeza, a mais melancólica. Alain Resnais, aos oitenta e tantos anos, continua expandindo os limites do cinema. (Sergio Andrade)

2º. Cartas de Iwo Jima, de Clint Eastwood.
Letters from Iwo Jima, EUA, 2006, Warner Bros.
5 votos, 60 pontos.

Clint Eastwood talvez seja o mais consistente cineasta americano ainda vivo. E ousado também. Dentro de sua formação cinematográfica, especializou-se em faroeste e policiais. Porém, parece ser nos melodramas mundanos que se encontre melhor. Cartas de Iwo Jima, assim como seu filme-irmão A Conquista da Honra, são acima de tudo melodramas. O caráter de guerra é apenas mais um elemento, assim como o olhar nipônico sobre a fatídica batalha de Iwo Jima. No universo dos recentes filmes de Clint, são a dor e a sofreguidão os elementos pulsantes, fazendo de suas obras vernáculos emotivos. Por mais que Cartas de Iwo Jima seja um cru e seco – e exaustivo propositadamente -, ele discute relações de amizade, carinho e amor, e a dor na ausência. Certamente, a fotografia cinza de Tom Stern, a trilha musical de Kyle Eastwood e Michael Stevens, além da atuação de Ken Watanabe são alicerces fundamentais para o mais angustiante filme de guerra das últimas décadas. (Gabriel Carneiro)

3º. Scoop – O Grande Furo, de Woody Allen.
Scoop, RU/EUA, 2006, Califórnia Filmes.
5 votos, 35 pontos.

Em 2006, Woody Allen surpreendeu os mais fanáticos cinéfilos com o envolvente drama Match Point - Ponto Final, totalmente rodado em Londres. Porém, no ano seguinte, filmando mais um longa-metragem na capital inglesa, o realizador norte-americano retornou ao gênero cinematográfico em que sempre foi rei: a comédia. Scoop - O Grande Furo é um engraçadíssimo filme, em que Allen está em grande forma, seja como diretor, seja como ator. O restante do elenco é excelente, com a estupenda Scarlett Johansson e o sinistro Hugh Jackman. Para quem está cansado de filmes chatos ou pseudo-intelectuais, Scoop é o filme certo: leve, divertido e de muito bom gosto. (Matheus Trunk)

3º. O Hospedeiro, de Joon-ho Bong.
Gwoemul, Coréia do Sul, 2006, Pandora Filmes.
5 votos, 35 pontos.

O Hospedeiro é um filme que ultrapassa os limites da diversão, com uma dimensão do humano e um afeto pelos personagens que surpreende pela contramão em que caminha, na relação direta com os filmes similares, ou seja, fazer, de uma família de desajustados, aqueles que podem subverter um estado de coisas estabelecido por um 'sistema' que ignora o indivíduo, ainda que venda a idéia contrária, é uma das ousadias mais instigantes do cinema 'mainstream' recente. Cinema inteligente, popular e com 'culhões' prá navegar contra a maré. (Eduardo Aguilar)

5º. Os Anjos Exterminadores, de Jean-Claude Brisseau.
Les Anges Exterminateurs, França, 2006, Focus Filmes.
4 votos, 46 pontos.

Para o bem ou para o mal, pode-se dizer uma infinidade de coisas sobre Os Anjos Exterminadores. Entre suas inúmeras qualidades, a que mais chama a atenção é o caráter de desabafo, exorcismo e extravasamento que permeia cada momento da fita: boa parte da crítica tomou por defeito esta virtude e rotulou a obra como mera revanche contra as atrizes que processaram Brisseau em razão dos métodos pouco ortodoxos que o mesmo utilizou nas filmagens do igualmente essencial Coisas Secretas. As hipóteses pouco importam: o cineasta realizou uma obra primorosa, transbordante de obsessões e fantasmas pessoais. Num tempo onde os ditos "autores" andam cada vez mais receosos de se expôr, esse tipo de esforço é sempre digno de respeito, principalmente quando o resultado final é tão bom. Como todo bom artista, Brisseau é um manipulador, e não cabe a nós deduzir se o academicismo, jogos de poder e visão torpe do sexo, tão presentes nas suas fitas, são parte de sua personalidade: o homem é um escritor de mão cheia e muito provavelmente o melhor retratista da sexualidade no cinema contemporâneo. Isso já é o suficiente. (Daniel Salomão Roque)


6º. A Comédia do Poder, de Claude Chabrol.
L'Ivresse du pouvoir, Alemanha/França, 2006, Imovision.
4 votos, 41 pontos.

7º. A Conquista da Honra, de Clint Eastwood.
Flags of our Fathers, EUA, 2006, Warner Bros.
4 votos, 40 pontos.

8º. Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão viaja à América, de Larry Charles.
Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, EUA, 2006, Fox.
4 votos, 28 pontos.

9º. Maria Antonieta, de Sofia Coppola.
Marie-Antoinette, EUA, 2006, Columbia.
4 votos, 24 pontos.

10º. Pecados Íntimos, de Todd Field.
Little Children, EUA, 2006, Playarte.
3 votos, 39 pontos.

11º. Planeta Terror, de Robert Rodriguez.
Planet Terror, EUA, 2007, Europa Filmes.
3 votos, 35 pontos.

12º. Império dos Sonhos, de David Lynch.
Inland Empire, França/Polônia/EUA, 2006, Europa Filmes.
3 votos, 33 pontos.

13º. A Culpa É do Fidel, de Julie Gavras.
La faute à Fidel!, Itália/França, 2006, Filmes do Estação.
3 votos, 31 votos.

14º. Vermelho como o Céu, de Cristiano Bortone.
Rosso come il Cielo, Itália, 2006, Califórnia Filmes.
3 votos, 27 pontos.

15º. Tropa de Elite, de José Padilha.
Tropa de Elite, Brasil, 2007, Universal.
3 votos, 19 pontos.

16º. Paris, Te Amo, de vários diretores.
Paris, Je T'aime, Alemanha/França, 2006, Imagem Filmes.
3 votos, 7 pontos.

17º. Possuídos, de William Friedkin.
Bug, EUA, 2006, Califórnia Filmes.
2 votos, 26 pontos.

17º. A Vida dos Outros, de Florian Henckel Donnersmarck.
Das Leben der Anderen, Alemanha, 2006, Europa Filmes.
2 votos, 26 pontos.

19º. Cartola – Música para os Olhos, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda.
Cartola - Música para os Olhos, Brasil, 2006, Rio Filme.
2 votos, 23 pontos.

20º. Sombras de Goya, de Milos Forman.
Goya's Ghost, Espanha, 2006, Downtown.
2 votos, 21 pontos.

20º. As Leis de Família, de Daniel Burman.
Derecho de familia, Argentina/Itália/Espanha/França, 2006, Imovision.
2 votos, 21 pontos.

20º. Depois do Casamento, de Susanne Bier.
Efter Byllupet, Dinamarca/Suécia, 2006, Califórnia Filmes.
2 votos, 21 pontos.




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