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Musas Eternas...
PORQUE O QUE É BOM, É ETERNO...

Jennifer Connelly

Por Ailton Monteiro, especialmente para a Zingu!

Se dos anos 50 minha musa preferida é Grace Kelly e dos 60 é Natalie Wood, dos anos 90, a mulher mais linda e encantadora do cinema pra mim é, sem dúvida, Jennifer Connelly. Boca, olhos, sobrancelhas, um sex appeal fenomenal, um corpo lindo e um sorriso divino, uma mulher dessas é capaz de acalmar a fúria do próprio Hulk, que de repente pára para perceber que existem coisas belas nesse mundo onde o feio parece predominar.

Não lembro bem quando comecei a prestar atenção de verdade em Jennifer Connelly, já que nem cheguei a ver, durante minha infância, o filme LABIRINTO (1986), em que ela, ainda adolescente, contracenava com David Bowie numa fantasia infanto-juvenil. É verdade que sua carreira também não é das mais regulares e ela parece não ter um agente muito bom que a leve sempre para grandes projetos. Mas a beleza singular dessa capricorniana nascida em Nova York no dia 12 de dezembro de 1970 é tão fora do comum que mesmo os filmes mais fracos e de pouca importância de sua carreira merecem uma espiada. Nem que seja só por causa dela. Apesar dos percalços, Jennifer Connelly começou sua carreira no cinema com o pé direito, trabalhando com ninguém menos que o lendário Sergio Leone, em seu filme testamento: ERA UMA VEZ NA AMÉRICA (1984). Pra que melhor batismo para uma linda jovem que ainda tinha a profissão de modelo como principal profissão e uma carreira no cinema pela frente? Depois da obra-prima de Leone, outro mestre italiano soube aproveitar o seu talento ainda juvenil no horror PHENOMENA (1985). E dessa vez ela era a protagonista. Pena que o filme não fez sucesso nos Estados Unidos e Jennifer teve que amargar alguns papéis em filmes fracos durante a segunda metade da década de 80.

Até que Dennis Hopper, bom tarado de plantão que é, botou os olhos na menina e a convidou para participar de um filme seu: HOT SPOT - UM LOCAL MUITO QUENTE (1990), que mostrava Jennifer nua e em cenas bem sensuais. Quanto ao filme, ele tem os seus momentos e é até que um bom trabalho de Hopper. Assim começava a década de 90 para Jennifer, que depois de ter chamado a atenção nesse filme que nem foi tão bem nas bilheterias, entrou para o elenco de um projeto ambicioso: ROCKETEER (1991), um filme de super-herói que pouca gente realmente gosta. Os filmes seguintes - O CORAÇÃO DA JUSTIÇA (1992), DE AMOR E DE SOMBRAS (1994), DURO APRENDIZADO (1995) e O PREÇO DA TRAIÇÃO (1996) - foram filmes mais interessantes do que exatamente bons. Quer dizer, eles funcionavam mais como veículos para a beleza de Jennifer. Inclusive, DURO APRENDIZADO até tem umas cenas sensuais da moça. Ela deu um bom salto quando eclipsou o elenco de um filme bem interessante: CIDADE DAS SOMBRAS (1998), de Alex Proyas, que tinha William Hurt como um dos atores principais. Em AMOR MAIOR QUE A VIDA (2000), ela aparece mais linda do que nunca, num romance sobrenatural. Uma beleza tão grande que justifica todo o amor que o protagonista (Billy Crudup) sente por ela. É um belo filme, que tem os seus fãs. Mas quem diria que o salto seguinte de Jennifer se daria exatos dez anos depois de HOT SPOT? Com o polêmico e perturbador RÉQUIEM PARA UM SONHO (2000), de Darren Aronofsky, ela interpreta uma viciada em heroína que faz de tudo para manter o seu vício. Difícil tirar da cabeça uma das cenas finais, na qual ela vai às últimas conseqüências para conseguir a droga. Aos trinta anos, ela estava no auge de sua beleza. Mas o auge de sua carreira, pelo menos no que interessa a Hollywood, aconteceria no ano seguinte, com a consagração de UMA MENTE BRILHANTE (2001), que lhe rendeu o Oscar de atriz coadjuvante.

E ao contrário do que acontece com muitas atrizes que ganham essa estatueta, a carreira de Jennifer Connelly só melhorou depois do Oscar, fazendo filmes como HULK (2003), CASA DE AREIA E NÉVOA (2003), ÁGUA NEGRA (2005), PECADOS ÍNTIMOS (2006) e DIAMANTE DE SANGUE (2006). Claro que nem todos esses filmes são unanimidades - eu mesmo não gostei de PECADOS ÍNTIMOS -, mas são sem dúvida filmes que merecem ser conferidos. Talvez o mais criticado desses cinco filmes tenha sido ÁGUA NEGRA, um trabalho renegado pelo próprio diretor, Walter Salles, mas que me agradou bastante, ainda que funcione mais como drama sobre a solidão do que como terror fantasmagórico. Quanto ao pouco apreciado HULK, trata-se de uma das mais belas adaptações de histórias em quadrinhos para o cinema, mas que deve ser visto com mais paciência e respeito do que um filme de super-herói qualquer.

Entre os seus projetos futuros, talvez o mais esperado seja o remake de O DIA EM QUE A TERRA PAROU. Como é natural quando alguém tenta refilmar um clássico, já tem muita gente torcendo o nariz só de ouvir falar do projeto. Mas vamos esperar e torcer pelo melhor, afinal o diretor responsável é o mesmo de O EXORCISMO DE EMILY ROSE, um dos mais interessantes filmes de horror dos últimos anos. Eu torço pelo sucesso do filme e por Jennifer. Vale lembrar que ela é uma das poucas atrizes que tivemos a chance de ver crescendo nas telas: como criança, como adolescente, como mulher jovem e agora como uma mulher madura. Sempre linda, sempre adorável.

Jennifer Connelly no youtube:

Clipe de "I drove all night", de Roy Orbison, que deu o que falar por conta de seu romance com Jason Priestley. A canção é maravilhosa.
http://www.youtube.com/watch?v=rgEFbFaM-Qk&feature=related

Entrevista da atriz para o programa Inside the Actor´s Studio. Esse é o link para a primeira parte, mas vale ver as outras quatro partes até o final, até para se conhecer o lado pateta da atriz.
http://www.youtube.com/watch?v=_p1MUc0LFEw


*Ailton Monteiro é cinéfilo de carteirinha e editor do blog Diário de Um Cinéfilo, premiado com o Quepe do Comodoro de melhor blog em 2004.




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