PORQUE O QUE É BOM, É ETERNO...
Maria Claudia
Por Carolina Teresa Zampar, especialmente para a Zingu!
Maria Claudia já era uma estrela antes mesmo de eu nascer. Filha única de uma pianista e um médico, desde criança chamava atenção por seu carisma e fotogenia. Foi bailarina clássica, ganhou vários concursos de beleza, e na adolescência, apareceu em revistas como uma garota da alta sociedade carioca dos anos 60. Debutou no Palácio do Itamaraty e ingressando na vida adulta, passou dois anos nos Estados Unidos através de um intercâmbio, onde adquiriu uma vivência diferente da qual estava acostumada, proporcionando-lhe uma outra visão de mundo, além de aprimorar o seu inglês.
A vida profissional começou como apresentadora do Telejornal Pirelli na extinta TV Rio, onde ingressou como secretária e logo destacou-se por sua bela voz e aparência. Em seguida apresentou o "Festival Internacional da Canção" e "Alô Brasil, Aquele Abraço".
Seu rosto perfeito, corpo bronzeado e maravilhosos olhos verdes aliados a um grande talento deram vida a várias personagens da teledramaturgia brasileira. A primeira delas foi Patrícia, uma garota de 15 anos, filha de Dina Sfat e Jardel filho, na novela "Verão Vermelho". Em seguida vieram várias outras, com destaque para a malvada Verinha de "Minha Doce Namorada", a sedutora Gisa de "O Bem Amado", a linda jovem Estela que rouba Tarcisio Meira de Glória Menezes em "O Semideus" e Helena Martins, uma das prováveis vítimas de Ziembinski em "O Rebu". Em seguida atuou como a dançarina Doralda, uma das integrantes do Cabaré de Madame Naná em "Nina". Shana, de "Te Contei?", sem maiores explicações foi uma febre em todo o Brasil, roubando a cena de todas as outras atrizes da novela. A linda e elegante Bibinha de "Feijão Maravilha" despertou a paixão de Anselmo, interpretado por Stepan Nercessian. Em "Plumas e Paetês" seu nome aparecia em primeiro lugar na abertura, interpretando a modelo Amanda, que ganhou o amor de Renato (José Wilker), na disputa com Marcela, a personagem de Elizabeth Savalla. O trabalho seguinte foi em "Pão Pão Beijo Beijo" no papel de Luiza, ficando mais uma vez com o galã da trama. Essa era a vontade do público, que torcia pelas personagens de Maria Claudia, fato comprovado em revistas e jornais da época.
No cinema trabalhou com grandes diretores e atuou na maioria das vezes como protagonista. Interpretou Sônia, a companheira de travessuras de Renato Aragão em "Bonga, O Vagabundo"; Marlene, a esposa de Reginaldo Farias que decide se vingar das traições do marido devolvendo na mesma moeda em "O Flagrante"; Helena, a esposa provocante de Milton Moraes em "Um Marido Contagiante"; Dona Esmeraldina Nogueira de "O Coronel e o Lobisomem", dirigido por Alcino Diniz, no mesmo papel que mais tarde seria de Ana Paula Arósio no remake do filme. Teve também papéis de destaque como a Imperatriz Maria Amélia em "Independência ou Morte", uma super produção de Carlos Coimbra; a divertida Jô de "Se Segura Malandro", uma patricinha obrigada a viver com seu marido por alguns dias em uma favela a mando do sogro e o último deles até agora, "Eros, o Deus do Amor" de Walter Hugo Khouri, onde interpretou uma astrônoma, um dos muitos amores de Marcelo (Roberto Maya).
Foi eleita no programa Fantástico como uma das 10 mulheres mais bonitas do Brasil, e saiu em inúmeras capas de revistas entre elas Manchete, Fatos e Fotos, Claudia, Amiga, Nova e Playboy.
No teatro trabalhou em peças variadas, interpretando personagens de clássicos da literatura mundial e também em peças contemporâneas de renomados autores brasileiros.
Ausentou-se das telinhas, telonas e palcos de teatro por alguns anos devido a problemas de saúde, dos quais se recuperou totalmente, dando provas de muita coragem e garra para seguir com o que mais ama nesta vida: sua profissão. Apesar do afastamento, seus fãs jamais a esqueceram. A grande prova disso são os milhares de participantes em suas comunidades do Orkut, as muitas visitas recebidas em seu site e o apoio pelo seu retorno à atividade artística registrados em abaixo-assinados dentro e fora do país.
É uma mulher de mente aberta, muito inteligente, com grande responsabilidade e respeito pelo próximo. Ama os animais e a natureza, além de ter um coração tão grande quanto sua beleza e seu talento, sendo por isso uma mulher inesquecível.
Atualmente vive a personagem Eugênia Dutra na novela "Amor e Intrigas" da Record. Atuou também em "A Escrava Isaura" e "Caminhos do Coração", ambas de Tiago Santiago, na mesma emissora. Seu mais recente trabalho no teatro foi na peça "Lembranças de um Sonho". Pretende retornar ás telas de cinema o mais breve possível.
Diferente de outras atrizes, nunca recorreu à polêmica, preferindo a discrição em sua vida pessoal e profissional. Será sempre uma mulher lembrada por apenas dois nomes, ela é simplesmente Maria Claudia.
Filmografia:
"Bonga, O Vagabundo"- 1971- Victor Lima
"Independência ou Morte"- 1972- Carlos Coimbra
"O Flagrante"- 1975- Reginaldo Farias
"Um Marido Contagiante"- 1977- Carlos Alberto de Souza Barros
"Se Segura, Malandro!"- 1977- Hugo Carvana
"O Coronel e o Lobisomem"- 1979- Alcino Diniz
"Eros, O Deus do Amor"- 1981- Walter Hugo Khouri
Site Oficial: http://atrizmariaclaudia.sites.uol.com.br/
Comunidades no Orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=437234http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=873026
* Carolina Teresa Zampar é pesquisadora especializada em cinema brasileiro e editou o site oficial da atriz Maria Claudia.