Coluna CINEMA Extremo
ONDE O CINEMA PODE SER VIOLENTO...
Por Marcelo Carrard
A Invasora
Direção: Alexandre Bustillo e Julien Maury
À l'intérieur, França: 2007
Uma perturbadora e genial onda sangrenta está surgindo no recente Cinema de Horror francês, com um grupo de jovens autores cujo maior destaque é Alexandre Aja, que nos brindou com os maravilhosos: ALTA TENSÃO, VIAGEM MALDITA e que brevemente irá refilmar o clássico dos Anos 70: PIRANHA. Outros nomes e clássicos modernos estão nesse conjunto de filmes como os recentes A FRONTEIRA, sem esquecer do belga: CALVAIRE. Mas um dos mais impactantes e extremos de todos é: A INVASORA aka A L’INTÉRIEUR, dirigido pela dupla: Alexandre Bustillo e Julien Maury. Repleto de imagens perturbadoras, com destaque para as cenas onde aparece o feto sentindo a violência que o cerca. Tudo se inicia justamente com essa imagem uterina, onde um feto é cercado pelo sangue após o ruído de um impacto. A heroína da história é a fotógrafa Sarah, que perde o marido em um acidente e está grávida. Toda ação se passa na Noite de Natal, quando ela recebe uma estranha visita.
A encenação desse sangrento conto de horror extremo ocorre dentro da casa de Sarah. A visitante misteriosa é uma mulher sem nome, vestida de preto e interpretada pela eterna Betty Blue: BEATRICE DALLE, numa impressionante representação da Morte, armada com uma imensa e afiada tesoura. Sua performance é muito marcante e seus movimentos lembram uma felina que mescla movimentos suaves e agressivos ao atacar suas vítimas. Ao aprisionar Sarah no banheiro, a estranha invasora extermina todos que tentam impedir sua missão natalina de matar Sarah, em momentos de Gore extremo com efeitos realistas onde até o som da lâmina na carne tem um impacto especial, efeitos estes acentuados pela excelente trilha eletrônica de François Eudes. As atmosferas e composições estéticas do filme remetem aos clássicos de Argento e Fulci, que são grandes influências dessa nova safra de diretores. No caso de A INVASORA os desdobramentos são muito mais extremos.
A tensão se eleva a cada sequência onde as imagens internas do feto se mesclam com as cavalares doses de violência com direito a uma elaborada cena de eyeball num ritmo crescente de horror que destaca o trabalho competente do montador. O filme lembra muito a filmografia exploitation dos anos 70, misturada com uma roupagem moderna sem ser envernizada e que passa longe das produções norte-americanas atuais. A sequência da tensão entre a lâmina e a barriga de Sarah é de gelar o sangue dos espectador mais tarimbado de Cinema Extremo. A loucura da personagem de Dalle e o clima claustrofóbico do filme remete diretamente ao clássico de Polansky: REPULSA AO SEXO, nessa obra onde o gênero feminino e seus signos de abjeção e morte se mostram com uma força descomunal. Corajoso, difícil, cruel... A INVASORA é um clássico instantâneo do Cinema Extremo que mistura a tradição autoral do Cinema Francês com a pirotecnia Gore tão apreciada por fãs ardorosos mundo afora. Absolutamente imperdível.
Direção: Alexandre Bustillo e Julien Maury
À l'intérieur, França: 2007
Uma perturbadora e genial onda sangrenta está surgindo no recente Cinema de Horror francês, com um grupo de jovens autores cujo maior destaque é Alexandre Aja, que nos brindou com os maravilhosos: ALTA TENSÃO, VIAGEM MALDITA e que brevemente irá refilmar o clássico dos Anos 70: PIRANHA. Outros nomes e clássicos modernos estão nesse conjunto de filmes como os recentes A FRONTEIRA, sem esquecer do belga: CALVAIRE. Mas um dos mais impactantes e extremos de todos é: A INVASORA aka A L’INTÉRIEUR, dirigido pela dupla: Alexandre Bustillo e Julien Maury. Repleto de imagens perturbadoras, com destaque para as cenas onde aparece o feto sentindo a violência que o cerca. Tudo se inicia justamente com essa imagem uterina, onde um feto é cercado pelo sangue após o ruído de um impacto. A heroína da história é a fotógrafa Sarah, que perde o marido em um acidente e está grávida. Toda ação se passa na Noite de Natal, quando ela recebe uma estranha visita.
A encenação desse sangrento conto de horror extremo ocorre dentro da casa de Sarah. A visitante misteriosa é uma mulher sem nome, vestida de preto e interpretada pela eterna Betty Blue: BEATRICE DALLE, numa impressionante representação da Morte, armada com uma imensa e afiada tesoura. Sua performance é muito marcante e seus movimentos lembram uma felina que mescla movimentos suaves e agressivos ao atacar suas vítimas. Ao aprisionar Sarah no banheiro, a estranha invasora extermina todos que tentam impedir sua missão natalina de matar Sarah, em momentos de Gore extremo com efeitos realistas onde até o som da lâmina na carne tem um impacto especial, efeitos estes acentuados pela excelente trilha eletrônica de François Eudes. As atmosferas e composições estéticas do filme remetem aos clássicos de Argento e Fulci, que são grandes influências dessa nova safra de diretores. No caso de A INVASORA os desdobramentos são muito mais extremos.
A tensão se eleva a cada sequência onde as imagens internas do feto se mesclam com as cavalares doses de violência com direito a uma elaborada cena de eyeball num ritmo crescente de horror que destaca o trabalho competente do montador. O filme lembra muito a filmografia exploitation dos anos 70, misturada com uma roupagem moderna sem ser envernizada e que passa longe das produções norte-americanas atuais. A sequência da tensão entre a lâmina e a barriga de Sarah é de gelar o sangue dos espectador mais tarimbado de Cinema Extremo. A loucura da personagem de Dalle e o clima claustrofóbico do filme remete diretamente ao clássico de Polansky: REPULSA AO SEXO, nessa obra onde o gênero feminino e seus signos de abjeção e morte se mostram com uma força descomunal. Corajoso, difícil, cruel... A INVASORA é um clássico instantâneo do Cinema Extremo que mistura a tradição autoral do Cinema Francês com a pirotecnia Gore tão apreciada por fãs ardorosos mundo afora. Absolutamente imperdível.