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Dossiê José Mojica Marins

Depoimentos

Por Luiz Gonzaga dos Santos

Eu conheci o Mojica enquanto ele fazia A Sina do Aventureiro. Algum colega me levou na Rua das Palmeiras, Santa Cecília, onde era o estúdio dele. Isso foi algum tempo antes de ele ser o personagem Zé do Caixão. Nós fizemos uma amizade ligeira e anos depois fomos aprofundando. Hoje, entre nós, existe um grande respeito. Nunca tivemos nenhuma desavença, porque ele tem um espírito bastante pacífico. Os filmes dele são de um gênero que não são da minha preferência. Eu sou muito sincero, muito franco, ele sabe disso. Mas todo filme brasileiro, pra mim, é o melhor filme do mundo. Se a gente não fizer isso, não vamos ter o respeito que os nossos cineastas merecem. Ele faz um cinema eminentemente popular, nunca rebuscou intelectualmente porque, inclusive, não tem formação disso. Ele é uma pessoa extremamente sincera, verdadeira. Um cara humilde. Mojica é um menino até hoje. Um coração bom, incapaz de uma maldade articulada, deliberada, proposital como, às vezes, eu sou capaz de fazer. Isso você não encontra no Mojica. A coisa que eu mais admiro nele é ele manter essa freqüência de atitudes durante uma longa carreira.

Luiz Gonzaga dos Santos é diretor de Patty, a Mulher Proibida e Anúncio de Jornal




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