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Dossiê José Mojica Marins

Musas Eternas Especial...
PORQUE O QUE É BOM, É ETERNO...

Dirigindo Débora Muniz

Por Alfredo Sternheim, especialmente para a Zingu!

Só em uma ocasião tive oportunidade de trabalhar com Débora Muniz, em Borboletas e Garanhões. Já a admirava há algum tempo, porém a oportunidade ocorreu apenas quando da realização deste filme - e que delícia que foi conviver com ela. Débora é suave, do bem, mas isto não a impede de interpretar com vigor e sensualidade (aliás, a sensualidade é sempre constante, em menor ou maior escala) personagens do mal. Ou que agem sob impulsos ressentidos. Foi assim em Borboletas e Garanhões, um desempenho maravilhoso na pele de uma executiva dominante, querendo ser impositiva em tudo e com todos, como muitas que existem por ai. E tudo isso com um timing de comédia, algo bem mais difícil. Enfim, uma atriz versátil e sedutora. Admiro nela também a personalidade perseverante, entusiasmada que, ao contrário de muitos (eu, inclusive), jamais desanimou com a forte crise enfrentada pelo cinema nacional, pelo cinema da Boca. Foi em frente, não parou de trabalhar aqui e acolá. Gostaria de vê-la mais aproveitada pelo nosso cinema, nossa TV, nosso teatro. E uma das razões que, às vezes, fico triste por não fazer mais cinema, é ter deixado de fazer filme com ela. Grande Débora Muniz.

Alfredo Sternheim, 65, é cineasta e dirigiu Débora Muniz em Borboletas e Garanhões (1984).



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