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Dossiê José Mojica Marins

Musas Eternas Especial...
PORQUE O QUE É BOM, É ETERNO...

DÉBORA MUNIZ

Por Matheus Trunk

O cinema de sexo explícito entrou no Brasil em 1981 por meio de O Império dos Sentidos, de Nagisa Oshima. Esse foi o pretexto para o ítalo-brasileiro Rafaelle Rossi fazer Coisas Eróticas, o primeiro exemplar nacional do gênero. A grande bilheteria do filme levou muitos cineastas e produtores da Boca a ingressarem no filão.

A produção feita na Rua do Triunfo nos anos 80 conseguiu fazer um precário star-sistem feminino do novo gênero. Helena Ramos, Matilde Mastrangi, Aldine Müller e Zilda Mayo logo ficaram esquecidas. Foram substituídas nas películas hardcore por atrizes como Andrea Pucci, Débora Villar, Eliane Gabarron, Sandra Morelli, Márcia Ferro e Débora Muniz.

Esta última foi a única que conseguiu vencer todos os preconceitos e se estabeleceu depois como atriz séria. Sua filmografia começa no período da pornochanchada com dois filmes do mestre José Mojica Marins (Perversão e Mundo - Mercado do Sexo). Ainda eram papéis pequenos, mas ela já conseguia chamar a atenção para si. No período explícito, ela se tornaria referência para seus fãs, que lotariam os cinemas para vê-la.

Sua brilhante participação em Encarnação do Demônio confirma o que muitos de seus contemporâneos sabiam: Débora é uma atriz acima da média. Zingu! reuniu aqui comentários sobre os principais momentos dessa grande vestal do cinema brasileiro.

O ORGASMO DE MISS JONES - Engraçadíssima película pela qual Débora iria se iniciar nos filmes de sexo explícito do período. Na fita, Miss Jones (Beth Boop) é uma mulher descontente com sua vida sexual: não consegue chegar ao orgasmo. A musa faz uma pequena ponta.

OH! REBUCETEIO - Certeira direção de Cláudio Cunha, num dos maiores clássicos do cinema erótico brasileiro. Os bastidores de uma peça teatral do diretor Nenê Garcia com jovens atores e atrizes. Uma das estrelas do espetáculo é feita com maestria pela grande deusa do cinema da Boca.

A 5ª DIMENSÃO DO SEXO - Paulo e Norberto são amigos, estudantes de química ridicularizados pelos colegas. Iniciam uma pesquisa e desenvolvem uma fórmula que transforma as mulheres em maníacas por sexo. Uma das moças abatidas por eles é justamente Débora Muniz

BORBOLETAS E GARANHÕES - Um dos grandes papéis da atriz. Na fita, ela é Leonora, uma moça grã-fina e caprichosa que em breve se casará com Lauro (Wagner Maciel). Mulher dominadora, termina trocada pela bela japonesinha Yoko (Sandra Midori). Produção bem cuidada da Galápagos Produções Cinematográficas, merecia uma reavaliação por cinéfilos e especialistas.

GOZO ALUCINANTE - O maior papel da atriz no período do explícito, que estava no auge. Ela é Helena, noiva insatisfeita sexualmente, que é seqüestrada e violentada. Pornô de Jean Garrett acima da média com cenografia de Campelo Neto e fotografia de Carlos Reichenbach

COLEGIAIS EM SEXO COLETIVO - Jovens estudantes se conhecem e vão a um motel. Das três moças do grupo (as outras são Sandra Midori e Mara Carmen), a nossa vestal é uma praticante de swing. Grande conhecedor de cinema e amigo pessoal de Rubem Biáfora, Juan Bajon sempre foi um diretor diferenciado. Mas este não é dos seus melhores trabalhos.

ABRE AS PERNAS, CORAÇÃO - Primeiro filme da atriz com o diretor Mário Vaz Filho. Tendo sido assistente de cobras criadas como Jean Garrett e Ody Fraga, Marinho sempre foi um realizador com grande potencial. Esta afirmação se confirma nesta comédia erótica sobre um grupo de amigos que vão passar um final de semana no litoral. Eles conhecerão um excêntrico milionário e sua bela enfermeira (Débora). Embora o foco do filme esteja mais em Paula Sanches e Sandra Midori, a musa faz uma participação bastante especial.

PERSEGUIDORAS INSACIÁVEIS - Durante o período explícito, Rubens da Silva Prado se associou a Ary Santiago para produzirem alguns filmes diretamente em vídeo-cassete. Um desses foi Perseguidoras Insaciáveis. Neste filme, Débora seduz um motoqueiro.

A DAMA DE PAUS - Espécie de colagem dos melhores momentos da musa. Ela faz uma mulher infeliz, que tem problemas com o marido alcoólatra (Fernando Benini), rejeitando-o sexualmente e só chegando ao prazer em sonhos eróticos. O filme utiliza momentos dos filmes Gozo Alucinante, de Jean Garrett, e de Mulheres Taradas por Animais, de Ody Fraga.

FILMOGRAFIA

2008 - Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins
1989 - A Dama de Paus, de Mário Vaz Filho
1989 - Gata da Noite, de Rubens da Silva Prado
1989 - Sexo Sem Limite, de Rubens da Silva Prado
1988 - Perseguidoras Insaciáveis, de Rubens da Silva Prado
1987 - Dr. Frank na Clínica de Taras, de José Mojica Marins
1987 - Carnaval Erótico no Ano 2000, de Rubens da Silva Prado
1986 - Sexo de Todas as Formas, de Juan Bajon
1985 - Abre as Pernas, Coração, de Mário Vaz Filho
1985 - Borboletas e Garanhões, de Alfredo Sternheim
1985 - Colegiais em Sexo Coletivo, de Juan Bajon
1985 - Gozo Alucinante, de Jean Garrett
1985 - Senta no Meu, Que Eu Entro na Tua, de Ody Fraga
1985 - O Viciado em C... II, de David Cardoso
1984 – A 5ª Dimensão do Sexo, de José Mojica Marins
1984 - A B... Profunda, de Álvaro de Moya
1984 - Oh! Rebuceteio, de Cláudio Cunha
1984 - O Orgasmo de Miss Jones, de Álvaro Moya
1979 - Mundo, Mercado do Sexo, de José Mojica Marins
1979 – Perversão, de José Mojica Marins



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