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Musas Eternas Especial

MISAKI, UM BICHO CINEMATOGRÁFICO

Por Adilson Marcelino, especialmente para a Zingu!

Dirigido pelo mestre Carlos Reichenbach, "O Império do Desejo" é mesmo um filme notável. Um dos melhores desse cineasta que já nos deu filmes essenciais como "A Ilha dos Prazeres Proibidos" e "Filme Demência". Carlão é como Walter Hugo Khouri, outro gênio do cinema brasileiro, que sempre soube filmar nossas atrizes como poucos

Tudo em "O Império do Desejo" é perfeito: o argumento, o roteiro, a direção, a fotografia, o elenco. Mas quem, além de Carlão e Khouri, poderia reunir um elenco de deusas e filmá-las como nesse filme: Meiry Vieira, Márcia Fraga, Aldine Muller, Nádia Destro e Martha Anderson – essa última, em participação mais que especial, uma atriz marcante no cinema brasileiro e que precisa ser mais reverenciada.

Mas se esse elenco de musas compõe uma atmosfera de sonhos para qualquer cinéfilo, o que dizer então da aparição magistral de Misaki Tanaka?

“Não gosto de anedotas sujas”

“Meu interesse é a política”

Essas são algumas das falas inesquecíveis da personagem de Misaki Tanaka enquanto doutrina pelo verbo e pelo sexo – porque ambos quando um só fazem junção explosiva e temida por qualquer tipo de poder vigente – o anjo vingador, personagem libertário e antropofágico de Orlando Parolini. Misaki Tanaka ilumina, em sua aparição, esse filme já iluminado. E ajuda a fazer dele uma experiência cinematográfica inesquecível. Ela não é só atriz, é bicho cinematográfico. E não é a toa que também foi dirigida por Khouri.
Hoje ela é Mii Saki e é, para sempre, musa eterna do cinema nacional.

Adilson Marcelino é jornalista e edita o site Mulheres do Cinema Brasileiro.



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