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Musas Eternas Especial

DEPOIMENTO DE JOSÉ ADAUTO CARDOSO

A Misaki era amiga minha. Ela trabalhava na TV Cultura, onde vi que realmente era uma boa atriz. Fizemos juntos um curta sobre Portinari, e quando eu fui fazer “...E A Vaca Foi Pro Brejo”, chamei-a porque queria ter uma família japonesa na fita. Dirigir ela foi uma experiência interessante, ela é muito inteligente e ótima pessoa. O negócio da Misaki é cinema mesmo, muito mais que televisão, por isso, ela era uma atriz dedicada e de personalidade. Ela sabia o que queria, tinha um forte espírito de opinião, não era uma atriz passiva e discutia o papel quando não concordava com as minhas indicações. Depois eu fiz um curta pra televisão, “Manjoqueiro” e a chamei mais uma vez. Ela fez uma personagem muito bem mais uma vez, e acabou trabalhando de graça porque a televisão não nos pagou. Depois ela foi pro Japão e se vimos casualmente. Foi uma grande amiga minha, tínhamos muita coisa em comum, trabalhávamos os dois por amor. Se eu pudesse ter trabalhado mais vezes com a Misaki, com certeza eu trabalharia. Sempre foi muito séria e tinha um caráter diferenciado em todos os sentidos das demais moças da Boca. Ela falava o português perfeito com todos os detalhes, sem sotaques e ela achava muito feio falar qualquer palavra errada.

José Adauto Cardoso, 62, é cineasta e dirigiu Misaki Tanaka em “...E A Vaca Foi Pro Brejo”



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