Dossiê Reynaldo Paes de Barros
REYNALDO E EU
Por Alfredo Sternheim, especialmente para a Zingu!
REYNALDO E EU
Por Alfredo Sternheim, especialmente para a Zingu!
A primeira vez que prestei atenção no nome de Reynaldo Paes de Barros foi ao assistir Menino de Engenho, em 1965. Fiquei deslumbrado com a bela fotografia em p/b desse filme de Walter Lima Jr. que considero o melhor do cinema novo. Reynaldo dirigiu longas, mas destacou-se também como diretor de fotografia. E nessa atividade, contei com o seu trabalho em Anjo Loiro (1973). Nesse longa, além do profissionalismo e da criatividade na luz, percebi as suas principais virtudes pessoais: é culto, sensível e afável. Daí ser fácil e prazeroso conviver com ele. Contei com Reynaldo em outros filmes, Um deles, foi difícil para Reynaldo: o episódio Gatas no Cio, inserido no longa Sacanagem. Era uma história de sobrenatural, em que prostitutas se transformavam em gatas (o animal) que matavam. O trabalho dele foi notável. Depois, ele participou de alguns de meus filmes com sexo explícito e mesmo não dissimulando certa contrariedade por esse gênero, manteve o alto nível de seus trabalhos e ofereceu a mesma disciplinada e a amável conduta. Um grande colega, um cineasta de talento e sensibilidade.
Alfredo Sternheim é cineasta e teve Reynaldo Paes de Barros como fotógrafo de seu filme “Anjo Loiro” (1973)
Alfredo Sternheim é cineasta e teve Reynaldo Paes de Barros como fotógrafo de seu filme “Anjo Loiro” (1973)