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Coluna CINEMA Extremo
ONDE O CINEMA PODE SER VIOLENTO...

Por Marcelo Carrard

New York Ripper
Direção: Lucio Fulci
Lo Squartatore di New York, Itália, 1982.

Após se esbaldar com os zumbis sanguinolentos de ZOMBIE, THE BEYOND, CITY OF THE LIVING DEAD e HOUSE BY THE CEMETARY, nosso querido Mestre: LUCIO FULCI dirigiu um Giallo mais que extreme, que está ao lado de TENEBRE de Dario Argento, no topo da lista dos mais violentos, tendo sofrido muito com a censura. NEW YORK RIPPER tem cenas de horror extremas e inesquecíveis, além de um doce charme marginal trabalhando com fetiches eróticos em alguns momentos, belas mulheres em cena, nudez gratuita e muito sangue, elementos muito apreciados pelos fãs do Cinema Grindhouse e popular, desprezado pela maioria dos críticos que nunca reconheceram o grande e “epidérmico” talento de Fulci. Foi preciso que um Diretor influente no meio Pop, como: Quentin Tarantino, falasse com entusiasmo do trabalho de Fulci para que uma nova legião de fãs e críticos prestasse atenção aos seus filmes. Esse resgate revela muitas surpresas, na maioria das vezes agradáveis.

Em New York Ripper temos a trama clássica do Serial Killer que persegue e mata brutalmente belas mulheres. Nesse filme já vemos uma violência mais barroca, fruto de sua fase “Zombie”. O primeiro assassinato na barca já prepara o espectador para o que virá a seguir. mutilação genital com uma garrafa e um arrepiante Eyeball com uma gilete são os momentos mais extremos do filme que mesmo sendo desleixado em algumas seqüências, tem grande elaboração visual, como no caso da seqüência do sonho dentro de uma sala de cinema. Nessa produção do famigerado FABRIZIO DE ANGELIS temos a presença breve em cena de uma das maiores musas do Cinema Exploitation italiano: ZORA KEROVA, que participou de clássicos extremos do calibre de CANNIBAL FEROX e ANTROPOPHAGUS.

Para a alegria dos fanáticos pelo estilo: “Filmes de Sangreira e Mulher Pelada”, NEW YORK RIPPER é um banquete. As atrizes sempre aparecem nuas antes ou durante os assassinatos, menos na cena da barca onde a atriz aparece com roupas muito curtas. Como manda a cartilha de um bom Giallo, o roteiro aponta muitos suspeitos mas o assassino só se revela no final. A cena da mulher no bar com os latinos é muito divertida, quando um deles a masturba com o pé. A cena do show de sexo explícito mostra toda a ambientação marginal da trama, que não procurou glamourizar a história por se passar em Nova York. A sexualidade tem um ar sombrio no filme, de culpa e punição. A já citada cena da gilete é uma prova de fogo para os mais corajosos. Maldito, perverso, assustador. NEW YORK RIPPER é um grande filme, feito sem pudores por um Gênio do Horror Cinematográfico !!!



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