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Dossiê Geny Prado

PARA SEMPRE GENY PRADO

Por Adilson Marcelino, especialmente para a Zingu!

O rádio foi escola para alguns dos maiores artistas que o Brasil conhece ou já conheceu. Só para ficarmos em alguns nomes essenciais, foi para o ator Paulo Gracindo. Foi para a novelista Ivani Ribeiro. E foi também para a notável atriz e comediante Geny Prado.

E se o Brasil pariu duplas gigantes como Paulo Gracindo e Brandão Filho, e Oscarito e Grande Otelo, foi assim também com Amacio Mazzaropi e Geny Prado. Eles se conheceram no rádio e levaram sua arte para a televisão e para o cinema.

Nas telas é mesmo impossível desassociar Geny Prado de Mazzaropi, pois ela atuou em quase duas dezenas de filmes do ator e diretor desde a década de 50 até os anos 80. E era com Geny Prado que Mazzaropi, que nem era tão afeito à improvisações, se dava ao direito de se exercitar nesse universo porque tinha nela uma parceira fiel, cúmplice e em perfeita sintonia.

Muitos até acham que a forte presença e o alcance de Mazzaropi ofuscou um pouco Geny Prado, mas não acho isso não, pois a constante presença dela nesses filmes nos possibilitou acompanhar por décadas todo o seu talento. Os dois são para mim como arroz com feijão, como café com leite. Uma mistura perfeita.

São inesquecíveis as caracterizações dela nesses tantos filmes, como a cangaceira por acaso em “O Lamparina” (1964 – Glauco Mirko Laurelli) e a Cesarina que não podia sair do quarto para vigiar a fortuna do marido em “Jecão... Um Fofoqueiro no Céu” (1977 – Amacio Mazzaropi e Pio Zamuner). A imagem dela com o chapéu e as armas de cangaceiro é lembrança carinhosa e divertida dessa fase maravilhosa do cinema nacional.

No cinema, Geny Prado atuou pouco em filmes não estrelados por Mazzaropi. E quando atuou, como para homenagear o universo do homem do campo, do qual era um dos maiores signos, no delicioso “A Marvada Carne” (1985 – André Klotzel) brilhou em intensidade máxima e fez inesquecível esse que é um dos melhores filmes dos anos 80.

Geny Prado marcou presença também em muitas novelas. E até hoje guardo na memória sua deliciosa Tia Candoca em “Éramos Seis” (1977 – Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho), na versão com Nicette Bruno como dona Lola.

Geny Prado é para sempre uma das maiores comediantes do Brasil.

E está ao lado de outras grandes deusas do humor como Alda Garrido, Dercy Gonçalves, Zezé Macedo, Violeta Ferraz, Eva Todor, Nhá Barbina, Renata Fronzi, Heloisa Helena, Berta Loran, Consuelo Leandro, Henriqueta Brieba, Nair Bello, Sônia Mamede, Nádia Maria, Vera Regina e Wilza Carla.

Adilson Marcelino é jornalista e edita o site Mulheres do Cinema Brasileiro.



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