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Dossiê Grandes Musas da Boca -parte 6

MARLENE FRANÇA

Frase
Marlene França é um dos grandes nomes do cinema brasileiro. Seus trabalhos com mestres como Walter Hugo Khouri, Roberto Santos e Fauzi Mansur deveriam ser mais reconhecidos.
Eduardo Aguilar, cineasta

Depoimento
Foi o diretor e produtor Ary Fernandes que fez o primeiro contato com Marlene França. Na época, ela era uma adolescente dos 12 para 13 anos e vendia frutas em Feira de Santana, onde morava com os pais retirantes. Marlene impressionou o produtor que procurava figurantes para a produção internacional de Jori Ivens, Rosa dos Ventos - um dos episódios foi dirigido pelo mestre Alex Viany - pelo seu conhecimento dos astros e filmes da Atlântida. Daí, levou-a para Viany, que também se impressionou com aquela menina que amava tanto o cinema. Marlene França ganhou o papel e começava aí a trajetória notável dessa atriz, diretora e musa que é sinônimo de cinema brasileiro.

Tive a oportunidade de entrevistar Marlene França e sua gentileza, afetividade, sensibilidade e inteligência são marcantes. Marlene França é uma deusa das telas, uma atriz do porte de uma Sophia Loren em beleza impactante e maravilhosa presença no cinema.

Como não ficar maravilhado com a sua presença fulgurante em filmes como Janaína, a Virgem Proibida, de Olivier Perroy, Caçada Sangrenta, de Ozualdo Candeias, e Bem-Dotado – O Homem de Itu, de José Miziara? E o belíssimo e premiado trabalho em A Noite do Desejo, de Fauzi Mansur? E o encontro e mergulho profundo no cinema de seu querido amigo e mestre Roberto Santos em Nasce Uma Mulher? E a parceria com Luiz Paulino dos Santos em Crueldade Mortal? E com o genial Luis Sérgio Person em Panca de Valente?

Enfim, são muitos os momentos luminosos de uma grande estrela em seu significado mais nobre, aquela que brilha sempre.

Marlene França é uma artista importantíssima na história do cinema brasileiro. Trabalhou com Mazzaropi no clássico Jeca Tatu – dirigido pelo seu marido na época, Milton Amaral; é musa eterna da Boca do Lixo; e dirigiu curtas importantes – Frei Tito, Mulheres da Terra e Meninos de Rua. Ou seja, além de belíssima e ótima atriz, é também politizada, uma pessoa engajada em questões sociais.

É preciso que se fale mais em Marlene França – sairá um volume da Coleção Aplauso escrita pela jornalista Maria do Rosário Caetano. E que bom que a Zingu!, uma publicação realmente parceira de nossos grandes artistas, lance ainda mais luz sobre essa verdadeira estrela.
Adilson Marcelino, jornalista e editor do site Mulheres do Cinema Brasileiro. Mantém o blog Minha Insesatez.

Filmografia
1987- Quincas Borba de Roberto Santos
1979- O Bem Dotado- O Homem de Itu de José Miziara
1979- A Dama da Zona de Ody Fraga
1979- Paula- A História de Uma Subversiva de Francisco Ramalho Júnior
1978- O Estripador de Mulheres de Juan Bajon
1978- Mulher Desejada de Alfredo Sternheim
1976- Crueldade Mortal de Luiz Paulino dos Santos
1976- O Mulherengo de Fauzi Mansur
1976- A Noite das Fêmeas de Fauzi Mansur
1975- Bacalhau de Adriano Stuart
1975- A Casa das Tentações de Rubem Biáfora
1974- O Supermanso de Ary Fernandes
1974- Caçada Sangrenta de Ozualdo Candeias
1973- A Noite do Desejo de Fauzi Mansur
1973- Uma Negra Chamada Tereza de Fernando Cony Campos
1973- Trindad...É Meu Nome de Edward Freund
1972- A Herdeira Rebelde de Nelson Teixeira Mendes
1972- A Infidelidade Ao Alcance de Todos de Aníbal Massaini Neto e Olivier Perroy
1972- Janaína, a Virgem Proibida de Olivier Perroy
1972- Sinal Vermelho- As Fêmeas de Fauzi Mansur
1971- Lua de Mel e Amendoim de Fernando de Barros e Pedro Carlos Rovai
1971- Cio- Uma Verdadeira História de Amor de Fauzi Mansur
1971- Até o Último Mercenário de Ary Fernandes e Penna Filho
1970- Se Meu Dólar Falasse de Carlos Coimbra
1969- O Agente da Lei de Ary Fernandes
1968- O Pequeno Mundo de Marcos de Geraldo Vietri
1968- Panca de Valente de Luis Sérgio Person
1964- Lampião, o Rei do Cangaço de Carlos Coimbra
1963- O Cabeleira de Milton Amaral
1962- Três Cabras de Lampião de Aurélio Teixeira
1961- Mulheres e Milhões de Jorge Ieli
1961- A Morte Comanda o Cangaço de Carlos Coimbra
1960- Jeca Tatu de Milton Amaral
1959- Fronteiras do Inferno de Walter Hugo Khouri
1957- Rosa dos Ventos- episódio “Ana”- de Alex Viany



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