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Dossiê Grandes Musas da Boca -parte 6

ELISABETH HARTMANN

Frase
Elisabeth Hartmann é uma atriz carismática. Seja no cinema ou na televisão, sempre será uma das mais versáteis e completas atrizes brasileiras.
Geraldo Mascarenhas, leitor da Zingu!

Depoimento
A primeira vista, uma bela mulher altiva. Mas por trás dessa figura existe um caráter que, apesar do rigor consigo e com os outros, é extremamente generoso. A nossa amizade se mantém desde 1961 quando a conheci nas filmagens de A Ilha. Como Cora, fez a sua estréia como atriz cinematográfica, embora já tivesse atuado no palco e, com sua beleza e seu porte, obtivesse grande êxito como modelo. Suas fotos no suplemento feminino do jornal O Estado de S. Paulo causavam impacto. A Ilha também foi minha estréia profissional no cinema, como assistente de direção de Walter Hugo Khouri. O nosso afeto intensificou-se nos anos 70 e em 1978 pude, pela primeira vez, ter o prazer de dirigi-la. Tinha tentado antes em outro filme, Lucíola, mas era impossível conciliar a programação da filmagem com a dela e de qualquer um que fizesse TV, mais também por intransigência do Geraldo Vietri. Daí ficou proibido contratar alguém de TV. Só em 1978 com Mulher Desejada, dirigi Elisabeth fazendo o papel de uma senhora estranha e moralista, empregada de uma casa de campo e mãe de um provável psicopata.

Depois, consegui convocar Elisabeth para A Herança dos Devassos onde ela interpreta uma milionária com muita sensualidade e vigor. A filmagem foi atribulada, uma co-produção argentina e eu tinha um supervisor argentino para me aporrinhar, mas a atuação dela saiu maravilhosa. Mais tarde, em 1980, fiz o episódio Gatas no Cio, história de sobrenatural e terror onde Elisabeth aparecia como a bela dona de um bordel dos anos 30 e a mendiga maltrapilha com mais de 100 anos que morava numa fábrica abandonada, justamente onde tinha funcionado o bordel. Ela cuidava de uns gatinhos que eram as antigas prostitutas. O trabalho do maquiador Vavá Torres no envelhecimento foi espetacular, valorizou o desempenho de Elisabeth, estupendo, em especial no epílogo.

Infelizmente não pude mais ter o prazer de dirigi-la. Porém com sua peculiar determinação, Elisabeth não parou de atuar no cinema (em filmes de Ody Fraga, Jean Garrett e John Doo, entre outros), no teatro e na TV.

Mas a nossa amizade continua. E minha admiração também, inclusive pela sua altruísta maneira de dar aulas, de interagir com os alunos.
Alfredo Sternheim, cineasta que dirigiu Elisabeth Hartmann em “Mulher Desejada” (1978), “A Herança dos Devassos” (1979) e “Sacanagem” (episódio “Gatas no Cio”) (1983).

Filmografia
1983- Sacanagem (episódio “Gatas no Cio”) de Alfredo Sternheim
1982- Curral de Mulheres
1981- Amélia, Mulher de Verdade de Deni Cavalcanti
1980- Os Rapazes da Difícil Vida Fácil de José Miziara
1980- Palácio de Vênus de Ody Fraga
1979- Herança dos Devassos de Alfredo Sternheim
1978- A Força dos Sentidos de Jean Garrett
1978- O Jeca e seu Filho Preto de Pio Zamuner e Amácio Mazzaropi
1978- Mulher Desejada de Alfredo Sternheim
1977- Internato de Meninas Virgens de Osvaldo de Oliveira
1977- Jecão...Um Fofoqueiro no Céu de Pio Zamuner e Amácio Mazzaropi
1976- A Noite das Fêmeas de Fauzi Mansur
1974- Portugal...Minha Saudade de Pio Zamuner e Amácio Mazzaropi
1974- Macho e Fêmea de Ody Fraga
1973- Os Garotos Virgens de Ipanema de Osvaldo de Oliveira
1971- Diabólicos Herdeiros de Geraldo Vietri
1969- Uma Pistola Para Djeca de Ary Fernandes
1969- No Paraíso das Solteironas de Amácio Mazzaropi
1968- O Jeca e a Freira de Amácio Mazzaropi
1967- Férias no Sul de Reynaldo Paes de Barros
1965- O Puritano da Rua Augusta de Amácio Mazzaropi
1963- A Ilha de Walter Hugo Khouri



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