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Outros Lançamentos: Cinema & DVD

Por Vlademir Lazo Correa

Cinema

Che – A Guerrilha

Direção: Steven Soderbergh
Guerrilla, Espanha/EUA/França, 2008, Europa.

Um dos quatro longas de Soderbergh a serem lançados no Brasil em 2009 (além de Che – O Argentino e Confissões de uma Garota de Programa, em outubro deve estrear O Desinformante), o Che dividido em duas partes representa uma melhorada (embora isso não represente muito) em relação a quase tudo que o diretor vem fazendo em sua trôpega e impessoal filmografia. Era uma idéia nada auspiciosa, que apesar de despertar curiosidade, tinha tudo para ser um completo equívoco. Entretanto, por provavelmente reconhecer os riscos do projeto, o cineasta dirigiu com cuidado e correção essa cinebiografia do líder revolucionário campeão em estampar camisetas. A decisão de dividir a obra em duas partes foi acertada, e os dois filmes são sérios sem soarem pretensiosos, fazendo um apanhado competente da trajetória de Guevara. O primeiro, Che – O Argentino, acompanhava o biografado na Revolução Cubana, enquanto essa segunda parte relata os seus últimos anos, em torno das guerrilhas na Bolívia, de maneira documental mas sem parecer didático, com um Che Guevara mais melancólico diante de uma batalha inglória e de uma causa perdida, visto que a sua luta não encontra ecos na população civil, ao mesmo tempo em que vê ruir os ideais da Revolução Cubana. Espertamente, Soderbergh não exagera e também não reduz a importância das convicções ideológicas do revolucionário, embora não escape de determinadas frases clichês.

Diário Proibido
Direção: Christian Molina
Diario de una ninfómana, Espanha, 2008, Playarte.

Vivendo a crise dos trinta anos, uma jovem decide seguir o conselho de sua avó e inicia um diário onde desfia pensamentos e repassa episódios de sua história desde o dia em que perdeu a virgindade, na tentativa de compreender o vazio de sua existência, com ênfase nas diversas relações amorosas pelas quais viveu. A princípio dá a impressão de que será pouco mais que uma sucessão de cenas de sexo, mas é louvável que o diretor espanhol não transforme o seu filme em uma produção softcore, e sim em uma reflexão sobre uma parcela da mulher moderna, que consegue ser bem-sucedida profissionalmente, porém nem sempre feliz e realizada com os seus relacionamentos - tendo começado a transar muito cedo, caindo por um tempo na promiscuidade, para tempos depois acreditar ter encontrado a estabilidade sentimental com um sujeito com ares de o homem ideal, mas que depois se revela um péssimo companheiro. É um filme que por vezes parece se converter em uma experiência mais duradoura, entretanto é uma sensação que logo se desvanece por raramente abordar o assunto fora da superfície, em muitos momentos forçando a mão no desenho de alguns personagens e na descrição de certas situações.

A Órfã
Direção: Jaume Collet-Serra
Orphan, EUA/Canadá, 2009, Warner.

Filme de terror de rotina que pode se transformar em diversão para quem não exigir muito e aos aficcionados do gênero em geral. Segue a linha de filmes de crianças malvadas que entram para o lar de uma família que a adota, e depois revela sua natureza psicótica, convertendo a vida de todos que a cercam em um verdadeiro inferno. Um dos pontos altos é a sequência de abertura, bastante perturbadora por envolver um parto mal-sucedido. Frustrada com a perda do bebê que não nasceu e com a necessidade de suprir esse vazio, a mãe (que também tem problemas com alcoolismo) decide adotar uma menina de nove anos em um orfanato, Esther, de origem russa, ainda que já tenha dois filhos da mesma faixa etária. A partir daí, o filme vai tecendo uma teia de intrigas com muitos clichês que são bem previsíveis, mas o diretor espanhol Jaume Collet-Serra é mais competente aqui do que no seu anterior A Casa de Cera, e oportunamente estica o tempo de projeção o suficiente (quase duas horas) para o adequado desenvolvimento dos personagens, em meio a diversas situações que nem sempre fazem muito sentido. Não é tão sanguinolento quanto se poderia prever; a estética investe num visual mais escuro, e no decorrer da projeção o filme vai tomando um rumo intrigante, com a menina (que mais de uma vez flagrara seus pais adotivos fazendo sexo) se interessando sexualmente pelo “pai”, e querendo tomar o lugar da mulher até mesmo pintando-se e vestindo-se como adulta, antes da grande revelação no final. O tipo de filme B que fará muito sucesso nas locadoras quando sair em dvd, mas pode ser assistido nos cinemas com que não se importar com um exercício de horror de segunda linha.

Up! - Altas Aventuras
Direção: Pete Docter e Bob Peterson
Up, EUA, 2009, Disney.

Uma das mais bacanas animações até agora produzidas pela Pixar, talvez com o poder de agradar mais aos adultos do que as crianças. Basicamente é sobre um velho ranzinza, Carl Fredricksen (voz original de Christopher Plummer), que há pouco perdeu a esposa, e que, morando sozinho, se incomoda com as transformações a sua volta, correndo o risco de perder a sua casa para os construtores que estão modernizando o bairro. Há um prólogo que conta a sua infância na década de trinta quando sonha com grandes aventuras influenciadas pelo seu ídolo Charles Muntz, o qual acompanhava em noticiários no cinema, no desejo de se deslocar até a América do Sul para capturar um pássaro que os cientistas negam a existência. Os seus anseios juvenis, entretanto, são abortados em virtude do casamento com uma vizinha, e agora com a morte dela e indignado com os que querem que ele se retire da sua propriedade, Carl ─ que trabalha como vendedor de balões a hélio ─ se arrisca em uma perigosa aventura, pregando à chaminé de sua casa milhares desses balões, flutuando pelos ares e guiado pelos ventos até a América do Sul, em companhia de um pequeno escoteiro que batera em sua casa no trabalho de ajudar idosos a obter o seu crachá final. A viagem é memorável, com a simpática dupla explorando cachoeiras e terras remotas, em confronto com vilões desconhecidos e animais selvagens. O filme ganha em não se utilizar de canções ou de animais falantes, como é recorrente em animações (em Up! há um recurso em que os cães possuem um dispositivo que materializa os seus pensamentos em palavras, mas ainda assim de um modo discreto e num processo bem diferente do que é natural em desenhos), mas talvez incomode alguns com o que pode parecer como lacunas em sua narrativa. Ainda assim, um dos filmes mais divertidos do ano. Com exibição em 3D.

DVD
Diabel
Direção: Andrzej Zulawski
Idem, Polônia, 1972, Lume Produções Cinematográficas.

Um dos primeiros filmes do famoso diretor polonês Andrzej Zulawski, mais conhecido no Brasil por O Importante É Amar (a sua obra-prima, infelizmente ainda não lançado em dvd por aqui) e o cult Possessão. O seu estilo sempre despertou a atenção de muitos admiradores, mas não é para todos os gostos. Quase todos os seus filmes são bem irregulares, como o próprio Diabel, em sua mistura de surrealismo, gore e insanidades (e que foi proibido no regime comunista da Polônia por mais de dez anos, forçando o diretor a trabalhar na França). Tudo depende do grau de adesão de cada espectador diante das imagens delirantes de Zulawski, porém o modo como a sua proposta é concebida é bem menos sedutor do que a de um Ken Russell em Os Demônios (1971), para citar apenas um exemplo da mesma época e com o qual o polonês mantém um parestesco evidente em sua linguagem rebuscada e transgressora. Diabel se passa durante a invasão perpetrada pelo exército prussiano, no final do século XVIII, quando Jakub, um prisioneiro político, é libertado por um desconhecido, para então cair numa diáspora pelo país ao pretender regressar a sua casa, e nesse trajeto todo testemunha toda sorte de loucuras, barbárie, corrupção e assassinatos, incluindo a morte do seu pai e a traição da namorada, até que ele próprio se converta em um assassino. O maior problema do filme de Zulawski é que em mais de uma ocasião, quando estamos quase gostando e a ponto de apreciá-lo, então, inevitavelmente, numa sequência seguinte ele dá uma caída e não raro resvala em um humor involuntário que pode desagradar a muitos, porque nem sempre o seu estilo histérico, forte e louco demais convence. Ainda assim, merece uma conferida, e pode conquistar alguns com suas imagens feéricas.

Guerra ao Terror
Direção: Kathryn Bigelow
The Hurt Locker, EUA, 2008, Imagem Filmes.

A prova da maturidade da cineasta Kathryn Bigelow, no melhor filme de guerra saído de Hollywood desde Três Reis (1999), e até agora o grande filme que se fez sobre o conflito no Iraque, bastante expressivo sem ser firulento. A força de suas imagens em momento algum é fetichizante em relação à guerra, até por não ser sobre a guerra em si, mas sobre os últimos dias antes do retorno para casa de alguns integrantes de uma unidade anti-bombas do exército americano, que, mesmo longe dos campos de combate, precisam lidar na rotina diária contra insurgentes que promovem atentados, colocando em risco a segurança das ruas de Bagdá (quase sempre fugindo das situações óbvias com o uso de bombas freqüentes em outras produções). Um período relativamente curto que seria tranqüilo não fosse pelo excesso de tantas ocorrências em tão pouco tempo, ainda mais que um dos peritos é despreocupado e audacioso em demasia nas arriscadas operações, cujo acumulo de trabalho vai perturbando o emocional dos envolvidos e conferindo cada vez mais a dimensão do horror em que se transformou o teatro de operações no Iraque. Nem mesmo um documentário teria sido tão preciso na captura do registro histórico em questão. O filme ganha muito em tornar os personagens como seres rarefeitos, o tempo todo com seus uniformes e capacetes e em como se portam na sua rotina de trabalho, numa sucessão de cenas que por vezes desnorteia o espectador, colocando-o sensorialmente no meio das operações nesse campo de guerra. Durante um bom tempo, é difícil discernir os personagens um do outro, e ao longo da projeção é que a individualidade de cada um vai tomando forma aos nossos olhos, tanto que numa das raras ocasiões em que o filme sai do seu foco principal é numa frustrada investida de um dos protagonistas à paisana que fracassa miseravelmente ao querer investigar a razão de um dos atentados para logo em seguida retornar a sua base militar. Inédito nos cinemas brasileiros, foi lançado direto em DVD por aqui, e tem sido apontado como provável candidato ao Oscar do ano que vem.

O Homem que Amava as Mulheres
Direção: François Truffaut
L'Homme Qui Aimait les Femmes, França, 1977, Versátil Home Video.

Um dos melhores e o mais subestimado trabalho de François Truffaut, que concentra em um só filme muitas de suas obsessões: o amor em suas diferentes formas, a amizade, o sexo, o carinho, a paixão violenta e, sobretudo, a paixão pelas mulheres, com toda atenção e cuidado especial que o próprio diretor sempre dedicou à condição feminina em sua obra. O protagonista Beltrand Morane dedica inteiramente a sua existência ao convívio e afeto das mulheres, contando em flashbacks as suas incontáveis histórias de amor e sedução, muitas das quais bem casuais e passageiras, entremeadas com relações mais prolongadas. Um solteirão convicto, com aversão a casamento e alergia a compromissos, compartilhando apenas pelo seu apego aos livros, mas que desde garoto percebe que a companhia das mulheres é indispensável em sua vida, seja estar com elas, ou pelo menos olhar para elas, portadoras de mistérios impenetráveis, desde as mais sofisticadas até a lanterninha de um cinema. Ele anda pelas ruas sempre sozinho, sondando mulheres e atrás de possíveis conquistas amorosas, às vezes, em bares e restaurantes, locais ideais para amantes florescerem (nesse sentido, o protagonista repara que justamente esses lugares são os mais terríveis para os casados, que ficam mortos de tédio, mas não se atrevem a admitir), sempre dando um jeito de estabelecer contato com as mulheres sem ter que se aproximar delas diretamente, com um jeito especial de abordar as mulheres, como se a sua vida dependesse disso. De muitas não lembra o nome, apenas os eventos conectados ao rosto de cada uma. Iniciando a feitura de um romance autobiográfico que a sua datilógrafa condena como um manuscrito sobre trocas de mulheres e que o seu futuro editor o define como a história de um perseguidor de saias que nunca cresceu, Beltrand não ignora que escrever e se expressar também é se expor a julgamento, e recapitula relacionamentos anteriores – como, por exemplo, quando ao tentar conquistar Fabianne, ela o fez fazendo acreditar que seria parte de sua vida, o que não era verdade, numa trapaça que ele tratou de nunca repetir. Ela depois diz que ele não quer apenas não amar, como também se recusa a ser amado, que acha que gosta de amar, porém é só o conceito que ele ama. O filme de Truffaut é belíssimo e seu roteiro é repleto de achados como ao comparar o envelhecimento humano com rostos surrados de boxeadores, e faz do seu protagonista um tipo distante de Casanova ou Don Juan, pois o filme não se interessa em aproximar o personagem desses arquétipos, pelo contrário, procura ressaltar toda diferença em relação a essas figuras famosas. Beltrand não almeja se tornar um mito ou angariar a fama, deseja apenas o contato com as mulheres (não apenas o sexo, mas também o afeto) e a vontade de ter uma boa lembrança de cada uma delas. Ao final, a sua última conquista chega a conclusão de que as mulheres que ele magoou estavam erradas em esperar dele o que ele não poderia dar, pois não existindo duas pessoas iguais nesse mundo, Beltrand amava as mulheres como elas eram, amando-as do seu jeito particular, sabendo reconhecer em cada um o encanto que a outra não tinha, pois cada uma é única. E o filme inteiro é uma celebração do encanto de todas elas. Além de O Homem que Amava as Mulheres, a Versátil também está lançando duas outras obras de Truffaut: A Noiva Estava de Preto (1967) e A Sereia de Mississipi (1969).

Imitação da Vida
Direção: Douglas Sirk
Imitation of Life, EUA, 1959, Classicline.

O último e possivelmente melhor filme do grande Douglas Sirk, um diretor sofisticado que com um bom gosto característico e impecável formalidade visual transformou histórias aparentemente simples e banais em verdadeiras obras-primas - geralmente com alguns dos mais impressionantes usos da cor no cinema -, o que o tornou um mestre no tratamento com a luz e os enquadramentos. Imitação da Vida atinge picos de intensidade inesquecíveis com um argumento (adaptado de novela de Fannie Hurst, já filmada em 1934 por John M. Stahl) que trata de tanta coisa que é quase um compêndio dos melodramas do diretor, cruzando a luta de uma atriz pela escalada do sucesso no teatro e no cinema, com a rotina de sua empregada negra, e os problemas de ambas com suas respectivas filhas. É notável como o filme equaliza o cuidado e a atenção da narrativa por cada uma dessas quatro figuras femininas, tecendo uma rede de personagens na qual o espectador dedica o seu interesse não apenas em um, mas para com todos dentre eles, num filme que trabalha com dramas que são vividos em conjunto. No fundo, é um ensaio sobre a natureza da imagem, no poder que a superfície de cada um subsidia ou embaraça os desejos que se escondem por trás de armaduras de uma vida moldada, social e afetivamente, nem sempre de acordo com as vontades dessas personagens.

Kes
Direção: Ken Loach
Idem, Grã-Bretanha, 1969, Lume Produções Cinematográficas.

Filme inglês da pesada, que está longe de ser uma obra-prima, porém merece ser descoberto. No seu país de origem, sempre gozou de muito prestígio, sendo considerado por muitos dos seus pares como o melhor filme britânico do cinema contemporâneo (o que é um exagero). É um dos mais sinceros filmes sobre a infância, com as péssimas condições das classes trabalhadoras como pano de fundo, o que em Kes não é usado como um panfleto reivindicatório ou uma denúncia queixosa, mas sim como palco de relações humanas e aspirações existenciais malogradas e impossíveis de se viver. O garoto Billy Casper é um dos que peregrinam por esse universo escuro e sem perspectivas, com suas roupas rasgadas e os cuidados displicentes da própria mãe, além do irmão que transfere o pouco que ganha em dinheiro para as apostas nas corridas de cavalo. Pouco considerado pela família, amigos e por todos, exceto por um professor, o garoto encontra um ponto de fuga ao se interessar pela arte da falconaria depois de encontrar um filhote da espécie, o qual treina e o conserva como companheiro leal. O que poderia se transformar em um filme de temática juvenil ganha força com o olhar duro, franco e brutal de Ken Loach, que nunca é piegas, e entre a poesia e a crônica social, encontra um equilíbrio que raramente atingiria na sua obra futura, conseguindo ser mais político e eficaz em Kes do que na maioria de suas obras engajadas que vêm realizando nas últimas décadas. O filme se tornou modelo de muitos outros que retratam a classe baixa inglesa, como o relativamente recente e ultra-sentimental Billy Elliot (cujas referências vão até no nome do personagem).

Pandora
Direção: Albert Lewin
Pandora and the Flying Dutchman, Grã-Bretanha, 1951, Platina Filmes.

O inesperado lançamento em dvd dessa obra requintada (que na época da estréia no cinema foi tida como absurda e pretensiosa em demasia) é uma ótima surpresa para os apreciadores dos grandes clássicos do cinema. Trata-se de um filme que envelheceu muito bem e tem sido reavaliado positivamente ao longo dos anos, com a sua inusitada mistura de fantasia, romance e tragédia, permeada de citações poéticas e literárias das mais diversas. Referências que mesclam o mito grego de Pandora e a lenda do holandês errante, transpostos para o começo da década de trinta em uma cidade chamada Esperanza, na costa mediterrânea da Espanha, onde entre touradas e corridas de automóveis, uma burguesia expatriada e ociosa circula em meio aos nativos e pescadores locais. Uma das principais razões do fascínio que o filme exerce é o de inserir uma atmosfera de realismo mágico dentro de uma realidade contemporânea, e também pela beleza absoluta e memorável de Ava Gardner, que exala uma sensualidade como poucas vezes vista na tela, no papel de uma mulher que enlouquece os homens, e os leva à morte, ao suicídio e ao sacrifício do que quer que seja (como o enamorado que destrói seu carro para provar a sua paixão). E principalmente pelo curto que causa na retina dos espectadores o casal formado no contraste da figura de Ava com o irremediavelmente taciturno James Mason, o qual nos acostumamos a ver impecavelmente vestido de preto ou cinza, com sua postura absolutamente contida e equilibrada, seus movimentos medidos, as palavras utilizadas geralmente de forma exata, como o fantasmagórico capitão e único membro da tripulação do luxuoso barco condenado a navegar pelos mares em virtude de uma maldição que espera ser resolvida com um romance impossível. Considerado a obra-prima do produtor e diretor Albert Lewin (O Retrato de Dorian Gray), possui um sentido poético e estético deslumbrante, muito por conta da fotografia de Jack Cardiff e o seu show de luzes e cores.



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