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Carros Inesquecíveis

Por Matheus Trunk

VW SP2 (1972-1975)


Nos anos 70, o mercado automotivo brasileiro vivia um novo boom: a dos carros esportivos. A Volkswagen, líder absoluta do mercado na época ficou doida da vida quando viu o modelo nacional Puma, com motor da própria Volkswagen disparar nas vendas.

A marca alemã pensou então, em lançar um esportivo próprio para o mercado brasileiro. Diz a lenda que o próprio presidente da empresa, Rudolf Leiding projetou o primeiro modelo SP (uns dizem que as iniciais significavam sport protótipo e outros que as iniciais foram pensadas em homenagem a cidade de São Paulo). Desenvolvido desde 1969, o projeto somente foi apresentado a imprensa três anos mais tarde. A novidade foi tamanha que o carro foi notícia até no Exterior, onde também estava em moda a onda dos carros-esporte. Esse primeiro modelo, desenvolvido sobre chapa de aço foi um grande fracasso e acabou por não ser posto a venda, devido seu fraco desempenho.

Porém, sua segunda versão finalmente conseguiu chegar as ruas. Primeiro modelo totalmente desenhado no Brasil, o SP2 foi obra do desenhista Senor Schiemman e recebeu chassi e mecânica da Variant, porém com algumas diferenças como os freios dianteiros a disco.

A mecânica chegava a 1,7 litros em modestos 75 cavalos a 5.000 de rpm e indo de 0 a 100 km em apenas 13 segundos. Um fato curioso é que este foi o carro mais baixo já feito no Brasil.


Com seu estilo esportivo meio envergonhado e visual arrojado, o carro tinha interior moderno e impactante. Contava com instrumentos fora dos carros usuais, como o painel com conta-giros, termômetro de óleo e antiperímetro. Os porta-malas funcionava tanto na dianteira (com cerca de 140 litros) como na traseira (cerca de 205 litros). Já os luxuosos bancos esportivos, eram pioneiros no nosso mercado, forrados de couro com apoios reguláveis para a cabeça. O acabamento interno era disponível em duas cores (preto e marrom).


Sendo originalmente VW, se esperava mais do SP2, que teve cerca de 10.200 modelos feitos no Brasil. Embora seu preço fosse alto: 29 mil cruzeiros o que era equivalente a dois fuscas 1.300, o principal motivo de sua produção ser tão restrita foi seu desempenho.

Um carro para ser esportivo e chamar a atenção dos jovens da época, precisava ser ágil e rápido, não necessariamente pelo motor. Feito de aço, o SP2 acabava pesando muito mais que seus concorrentes, já que os fora-de-série nacionais não pesavam quase nada por serem revestidos por fibra-de-vidro. Por isso, modelos como o Puma acabaram matando o SP em dezembro de 1975, após uma produção pequena e restrita. Foi pensado um projeto para se criar o SP3, porém os altos custos fizeram a Volks perceber que aquilo não era pra ela e que era melhor fazer veículos populares como o Fusca, a Kombi e a Brasília e deixar os esportivos com as marcas nacionais.



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