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Kôrei

Por Sérgio Andrade

Kôrei
Direção: Kiyoshi Kurosawa
Japão, 2000.


Kourei, aka Séance, é uma adaptação do livro “Séance on a wet afternoon”, de Mark MacShane, levado anteriormente às telas por Bryan Forbes num filme que ficou inédito nos cinemas mas foi lançado recentemente em DVD como Farsa Diabólica.

Na trama, Koji Sato, um técnico de som da TV, e sua esposa Junko, que com seus poderes mediúnicos atende pessoas com problemas sentimentais para ajudar no orçamento da casa, levam uma vida tranqüila num subúrbio de Tóquio.

Até o dia em que uma menina que havia sido raptada consegue escapar do raptor na floresta e esconde-se na caixa onde Koji guarda seu equipamento. Ele, sem perceber que a menina estava lá dentro, fecha a caixa e volta para casa.


Somente alguns dias depois é que Junko sente uma vibração estranha e descobre a garota lá dentro, ainda com vida.Mas sem saber o que dizer à polícia, eles decidem manter a menina mais um tempo na casa, até resolverem o que fazer. No entanto, quando Junko recebe a visita de um policial que quer saber se ela pode ajudá-los na investigação, Koji mata a menina acidentalmente, ao tentar impedi-la de gritar.

O que acompanhamos em seguida é o sentimento de culpa experimentado por esse casal, que aumenta ainda mais com as aparições fantasmagóricas da menina, expondo a fragilidade do casamento.Este é, dos que eu vi até agora, o filme mais simples do Kiyoshi Kurosawa, o que não quer dizer que seja de fácil assimilação, e também o que demonstra com mais evidência sua espiritualidade. Tem até a aparição de um doppelganger, que seria tema de um filme posterior.Kôji Yakusho desta vez está mais discreto, com certeza por exigência do papel. Quem brilha, então, é Jun Fubuki (que também trabalha frequentemente com o diretor) no papel da médium que vê seu mundo desabar.



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