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Dossiê Edu Janks

NOSSO CINEMA

Por Edward Janks

Ele é rápido e não perde tempo quando precisa comer uma gostosa fazendeira. Conheçam o herói pornográfico do nosso cinema em Um Pistoleiro Chamado Papaco. Outro herói que precisam conhecer é Rombo (não confundam com Rambo). É violento, está em busca de vingança e fica puto quando vê dois homens se beijando. O filme é Troca de Óleo.

UM PISTOLEIRO CHAMADO PAPACO

Dificilmente as pessoas que gostam de cinema não curtiram, na sua juventude, o cowboy John Wayne. Com a justiça sempre presente nos olhos, ele defendia os fracos e oprimidos e eliminava os homens maus. Era através de suas mãos e de seus personagens que a lei se fazia presente no Oeste bravio e cheio de agiotas. Todos gostavam de John Wayne. Mas o que a maioria dos espectadores não sabia é que ele, quando beijava uma mocinha (por exemplo Mauren O`Hara), ficava de pau duro. Ficava, mas a câmara não mostrava por respeito da grande família americana.

Este problema não acontece com o nosso herói brasileiro e pornográfico chamado Papaco. Ou, se quiserem sacanear, Papa...cu. Ele não tem a menor vergonha em demostrar que está acesso para abater uma gatinha e quando elas pintam em seu pedaço são logo saciadas sexualmente. Papaco é um pistoleiro de aluguel, aquele tipo que pode ser contratado por uma boa grana pra fazer algum serviço sujo. A exemplo dos heróis dos westerns italiano, ele tem um semblante carregado e arrasta atrás de si, um caixão de defunto, que esconde um mistério (lembram de Django, ele arrastava um caixão contendo uma metralhadora). O que será que Papaco carrega com tanto carinho ?

Um western com sexo explícito, muita sacanagem e humor era o que estava faltando para o nosso cinema erótico. Mário Vaz Filho, realizador e idealizador deste Um Pistoleiro Chamado Papaco, sacou bem as possibilidades que o gênero permitia gozar. Seu pistoleiro entra para a história do cinema, não pela quantidade de índios ou bandidos que matou, mas pela quantidade de gatas que conseguiu transar uma só noite. Pra curtir.


TROCA DE ÓLEO

Uma das curtições de Rombo (não confundir com Rambo), enquanto está preso é obrigar os outros presos a transar na sua frente. Na porrada, Rombo ordena que um perigoso meliante tire o cacete de outro malandro e comece uma gostosa chupetinha. E tem que ser bem devargazinho pra permitir à galera que assiste ao show, ficar de pau duro à espera de uma chupadinha. Tudo isso é um café pequeno na vida de Rombo e seu comparsa DKW, que aguardam a liberdade para poderem pegar a grana do assalta que realizaram e curtir a vida com muito luxo e sexo.

DKW tem mais sorte, é o primeiro a ganhar a liberdade. Matreiro e muito safado, ele é do tipo que venderia a própria mãe, passa a mão na grana e deixa Rombo a ver navios. Rombo sai da cadeia e percebe que foi passado para trás. Cheio de ódio, ele sabe onde procurar DKW. A boate Troca de Óleo é um dos lugares onde o traidor pode estar escondido. O clima é de muito sexo e suruba. As gatinhas estão no cio e a sacanagem rola solta no salão. Rombo vai conversar com uma das amantes de DKW. Tenta seduzir a menina com seu charme. Mas a gata, fiel ao homem, não dá com a língua nos dentes. Rombo fica puto da vida e começa a quebrar a boate. Enquanto isso, um dos seus comparsas, Goró, aproveita para comer a deliciosa Zana, uma ninfeta que é o misto de criança e fêmea quentíssima.

Na trajetória de ódio e vingança, Rombo age com muita violência e o sexo sempre está presente. Mas existem coisas que irritam o herói e ele reage prontamente. Numa outra boate, um garçom, daqueles bem saldinhos, dá um profundo beijo de língua num dos fregueses. Rombo não curte a sacanagem e mata os dois, cortando suas gargantas. Depois ele manda Zana (a loirinha deliciosa) e Goro trazerem a cantora do local: ela certamente sabe onde se esconde o DKW. A cantora, uma mulher gostossísima, protege DKW e mantém luto corporal e sensual com Rombo.

Troca de Óleo não poderia terminar um grande duelo final entre DKW e Rombo. No estilo dos filmes onde os personagens são movidos por uma vingança mortal, os dois homens lutam desesperadamente e somente um sairá vivo. O final do filme guarda uma surpresa para Rombo. Olho vivo.

Sady Baby, diretor e principal intérprete de Troca de Óleo, fez um filme violento e carregado de putaria. Constantemente seus personagens são forçados a transar com quem não querem.



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