Dossiê Cláudio Cunha
Clube das Infiéis
Direção: Cláudio Cunha
Brasil, 1974.
Por Sergio Andrade
Luciene, recém chegada com o marido numa cidade do interior é convidada para fazer parte do clube das mulheres do local, apelidado de Clube das Infiéis. Para fazer parte do clube é necessário que a mulher tenha um amante, o que não está nos planos de Luciene. Tudo o que ela pretende é provocar a desconfiança no marido, Alberto, para que ele volte a ter interesse nela, e para isso inventa, com a ajuda de uma amiga, várias situações que dão a entender que ela tem mesmo um amante. Quando as mulheres do clube anunciam que darão uma festa para que seja revelado quem é o tal amante secreto, a situação passa a ficar complicada para Luciene.
Estréia de Cláudio Cunha na direção, esta comédia erótica, totalmente filmada em Campos do Jordão, teve como roteirista o escritor Marcos Rey, autor de Café na Cama, O Enterro da Cafetina, Memórias de um Gigolô, entre outros.
O filme hoje em dia pode ser considerado bastante ingênuo, podendo ser exibido até numa Sessão da Tarde sem problema algum. Pensando bem, é capaz das crianças até o considerarem enfadonho demais!
Clube das Infiéis não é um bom filme, mas tem algumas qualidades que valem a pena ser destacadas.
Em primeiro lugar vêm os bons diálogos, que soam naturais na boca dos atores. O roteiro comporta uma crítica à hipocrisia da sociedade.
Algumas cenas são bem divertidas, como a de um cara que aparece pelado no meio de uma festa a rigor. Mas o mais engraçado é a própria participação do diretor como um radialista de voz grossa e sedutora.
Por outro lado cai no pior dos estereótipos na figura da empregada doméstica negra, abusada e de uniforme curtíssimo. Cláudio Cunha já demonstrava aqui o bom gosto nos enquadramentos, no encadeamento das cenas (montagem de Walter Wanny). Vejam, por exemplo, a seqüência mostrando as artimanhas das mulheres para traírem os maridos.
A bela paisagem de Campos do Jordão é muito bem utilizada (a fotografia é de Pio Zamuner). A produção demonstra capricho nos figurinos, penteados, maquiagem, direção de arte. E o elenco feminino é todo muito fotogênico, inclusive com a estréia no cinema de duas das maiores musas da Boca do Lixo: Helena Ramos e Aldine Muller.
Mas essas qualidades ficariam mais evidentes em dramas como Amada Amante, Sábado Alucinante, O Gosto do Pecado e Profissão Mulher, que representam o melhor do seu cinema.
Direção: Cláudio Cunha
Brasil, 1974.
Por Sergio Andrade
Luciene, recém chegada com o marido numa cidade do interior é convidada para fazer parte do clube das mulheres do local, apelidado de Clube das Infiéis. Para fazer parte do clube é necessário que a mulher tenha um amante, o que não está nos planos de Luciene. Tudo o que ela pretende é provocar a desconfiança no marido, Alberto, para que ele volte a ter interesse nela, e para isso inventa, com a ajuda de uma amiga, várias situações que dão a entender que ela tem mesmo um amante. Quando as mulheres do clube anunciam que darão uma festa para que seja revelado quem é o tal amante secreto, a situação passa a ficar complicada para Luciene.
Estréia de Cláudio Cunha na direção, esta comédia erótica, totalmente filmada em Campos do Jordão, teve como roteirista o escritor Marcos Rey, autor de Café na Cama, O Enterro da Cafetina, Memórias de um Gigolô, entre outros.
O filme hoje em dia pode ser considerado bastante ingênuo, podendo ser exibido até numa Sessão da Tarde sem problema algum. Pensando bem, é capaz das crianças até o considerarem enfadonho demais!
Clube das Infiéis não é um bom filme, mas tem algumas qualidades que valem a pena ser destacadas.
Em primeiro lugar vêm os bons diálogos, que soam naturais na boca dos atores. O roteiro comporta uma crítica à hipocrisia da sociedade.
Algumas cenas são bem divertidas, como a de um cara que aparece pelado no meio de uma festa a rigor. Mas o mais engraçado é a própria participação do diretor como um radialista de voz grossa e sedutora.
Por outro lado cai no pior dos estereótipos na figura da empregada doméstica negra, abusada e de uniforme curtíssimo. Cláudio Cunha já demonstrava aqui o bom gosto nos enquadramentos, no encadeamento das cenas (montagem de Walter Wanny). Vejam, por exemplo, a seqüência mostrando as artimanhas das mulheres para traírem os maridos.
A bela paisagem de Campos do Jordão é muito bem utilizada (a fotografia é de Pio Zamuner). A produção demonstra capricho nos figurinos, penteados, maquiagem, direção de arte. E o elenco feminino é todo muito fotogênico, inclusive com a estréia no cinema de duas das maiores musas da Boca do Lixo: Helena Ramos e Aldine Muller.
Mas essas qualidades ficariam mais evidentes em dramas como Amada Amante, Sábado Alucinante, O Gosto do Pecado e Profissão Mulher, que representam o melhor do seu cinema.